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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Riqueza biodiversa

Riqueza biodiversa

Especialistas destacam importância dos produtos naturais na obtenção de novos medicamentos. Brasil é rica biblioteca de moléculas para esse desenvolvimento (Imperial College)

Por Fábio Reynol

Agência FAPESP – Os produtos naturais foram fonte de cerca de metade dos compostos químicos descobertos entre 1981 e 2002. Nesse contexto, ao abrigar cerca 20% da biodiversidade mundial, o Brasil está em uma posição privilegiada como fornecedor de novos químicos, de acordo com especialistas presentes no Workshop Internacional Biota-FAPESP sobre Metabolômica no Contexto da Biologia de Sistemas, que termina nesta quarta-feira (26/2), na sede da FAPESP.

Segundo Emerson Ferreira Queiroz, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Aché, a indústria farmacêutica tem reconhecido e valorizado cada vez mais a natureza como fonte de novas moléculas. Entre vários exemplos, citou a rapamicina, molécula obtida de uma bactéria encontrada na Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico.

O medicamento é utilizado como imunossupressor, prevenindo a rejeição de órgãos transplantados, especialmente os rins. “O nome do princípio ativo foi dado em homenagem à ilha, que era chamada por seus nativos de Rapanui”, disse.

Do mesmo modo, foi a partir da saliva do lagarto venenoso conhecido como Monstro de Gila (Heloderma suspectum) que surgiu um medicamento para o tratamento da diabetes tipo 2. E, a partir de um molusco marinho Conus magus, foi desenvolvido o ziconotida, um poderoso analgésico empregado para tratar dores crônicas.

Adriano Andricopulo, coordenador do Laboratório de Química Medicinal e Computacional do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo, outro palestrante no primeiro dia do workshop, concordou com o imenso potencial natural.

“Com a grande diversidade biológica de nosso planeta, particularmente no Brasil, temos uma importante oportunidade para descobrir compostos que levem ao desenvolvimento de novos medicamentos para prevenir doenças e distúrbios que afetam o homem”, disse.

Queiroz ressaltou a importância da Amazônia, mas afirmou que o país deveria prestar mais atenção em outros biomas. “O Brasil tem muito mais do que a região amazônica. Há o Pantanal, o Cerrado, a Caatinga, a Mata Atlântica e os Pampas. Todos fontes inexploradas de moléculas para a indústria de medicamentos”, disse.

Queiroz ressaltou que o desenvolvimento científico e tecnológico no setor farmacêutico evoluiu muito nos últimos anos, o que tem facilitado o desenvolvimento de novos medicamentos.

“Hoje, já podemos criar estruturas aplicáveis a partir de 1 micrograma de uma substância descoberta. Quando comecei a carreira, eram necessários no mínimo 20 microgramas e, na época do meu pai, não dava para fazer uma estrutura com menos de 70 miligramas de material”, comparou.

Andricopulo destacou que a mudança promovida na pesquisa de medicamentos da abordagem tradicional para uma baseada na genômica e na proteômica tem transformado estratégias fundamentais de pesquisa e desenvolvimento na indústria farmacêutica.

“A descoberta de drogas é um processo altamente complexo e caro, que demanda esforços integrados em diversos aspectos relavantes envolvendo inovação, conhecimento, tecnologias, pesquisa e desenvolvimento e gerenciamento”, disse.

“Duas questões importantes para o desenvolvimento de medicamentos a partir de produtos naturais são a localização de alvos moleculares apropriados e a seleção de moduladores de pequenas moléculas, que vão fazer a ligação da proteína com seu alvo. Há uma conexão clara entre biologia e química medicinal”, ressaltou.
Fonte:Agência FAPESP

Reforma beneficia piscicultores no norte da Bahia

Reforma beneficia piscicultores no norte da Bahia

Piscicultores do município de Sobradinho, no norte da Bahia, receberam na última quarta-feira(10) uma equipe de técnicos da Superintendência Regional da Codevasf em Juazeiro para entrega simbólica das obras de reforma do galpão de estocagem de ração, que faz parte do projeto de criação de Tilápias em tanques-rede, incluído no Programa de Estruturação e Dinamização de Arranjos Produtivos Locais de Piscicultura, iniciado no ano de 2005. Foram investidos cerca de R$ 29,8 mil na reestruturação do depósito, sala de apoio, banheiro e lavatório.

Durante o encontro o presidente da Associação dos Criadores de Peixes de Sobradinho (ACRIPEIXESS), Sílvio Santana de Alcântara, agradeceu a iniciativa da superintendente regional da Codevasf em Juazeiro, Ana Angélica Almeida Lima, e ressaltou a importância dessa parceria, que muito tem beneficiado os piscicultores no município da barragem. “Nós procuramos a Codevasf e falamos das nossas dificuldades, e em menos de 2 meses ela atendeu nosso pedido. No início, há cinco anos, ela nos forneceu 60 tanques, peixes e ração. Passado o tempo, hoje, com recursos próprios, compramos mais 40 tanques e ainda construímos uma casa de apoio para nosso trabalho”, afirmou o presidente.

A associação conta com 11 sócios e produziu, em 2009, cerca de 48 toneladas de peixe, vendidas principalmente para a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para atender entidades do município como a APAE, Pastoral da Criança, creches e asilos. O restante da produção foi vendido para o estado do Ceará.

Para 2010, a ACRIPEIXESS estima uma produção de 96 toneladas de pescado. Desse total, 27 toneladas ficarão em Sobradinho e o restante (69 mil toneladas) deverá ser vendido também para o Ceará.

No final do encontro entre piscicultores, Codevasf e representantes da comunidade de Sobradinho, a superintendente Ana Angélica parabenizou a associação pelos resultados e reafirmou o compromisso da Companhia com o desenvolvimento regional.

Fonte: Codevasf

Não devemos comer frutas com o estomâgo vazio

Nutricionista alerta que a ingestão de frutas não deve ser feita com o estômago vazio, ao contrário do que dizem. "A fruta gasta mais energia para ser digerida que um sorvete, mesmo tendo valor calórico igual" declara especialista em nutrição Dra. Fernanda Michelazzo

Profa. Dra. em Nutrição pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo e ministrando vários cursos dentro da'Ciência da Nutrição', a Dra. Fernanda Michelazzo esclarece:
Foi com muita preocupação que tomei conhecimento de e-mail circulando na Internet, recomendando a ingestão de frutas somente com o estômago vazio, o qual deve ter sido formatado provavelmente por médicos especialistas em Nutrologia (é preciso apenas um final de semana para receber este título).
Nutricionista seria o profissional mais indicado para discorrer sobre FRUTAS e talvez não cometesse o erro de falar tantas bobagens, informações descabidas e sem respaldo científico:
1) A FRUTA gasta mais energia para ser digerida que um SORVETE, mesmo tendo valor calórico igual. POR EXEMPLO: uma maçã e uma bola pequena de sorvete de frutas: ambos tem em torno de 50 calorias, porém, o SALDO CALÓRICO DA MAÇÃ É MENOR, porque gasta muito mais para ser digerida e não é totalmente absorvida por causa da PECTINA, ao passo que o sorvete facilmente passa pelo estômago e logo é 100% absorvido. Portanto, A MAÇÃ ENGORDA MENOS QUE O SORVETE, mesmo contendo as mesmas 50 calorias, JUSTAMENTE POR GASTAR MAIS ENERGIA NA DIGESTÃO, além de conter vitaminas e minerais (graças a Deus!!! e ao seu conteúdo de PECTINA e outras FIBRAS que RETARDAM o esvaziamento do estômago, permitindo assim que os diabéticos possam comê-las sem que haja um aumento na glicemia - teor de açúcar no sangue).
2) A FRUTOSE NÃO SE TRANSFORMA RAPIDAMENTE EM GLICOSE. SE ASSIM FOSSE, OS DIABÉTICOS ESTARIAM PROIBIDOS DE COMER FRUTAS. Além do mais, a Frutose que é o açúcar das frutas é absorvida mais lentamente que a Glicose, e não precisa de insulina para ser metabolizada. Ela é considerada um monossacarídeo (açúcar simples) que também alimenta o cérebro SEM PRECISAR SER CONVERTIDA.
3) É NEGLIGENTE AFIRMAR QUE A FRUTA NÃO PODE SER CONSUMIDA APÓS O ALMOÇO: MENTIRA. A melhor absorção do Ferro se faz através da Vitamina C, ou seja, para evitar uma ANEMIA, é preciso comer FRUTAS CÍTRICAS APÓS O ALMOÇO (que geralmente é a refeição com maior conteúdo de Ferro) - para que ele possa ser absorvido.
4) As FRUTAS NÃO passam rapidamente pelo estômago, AO CONTRÁRIO.
Justamente pelo seu teor de FIBRAS, elas demoram mais no estômago, especialmente quando ingeridas com CASCA, BAGAÇO E SEMENTES, o que é super positivo para as PESSOAS QUE PRECISAM EMAGRECER. JÁ ESTÁ COMPROVADO CIENTIFICAMENTE QUE POR CONTA DISTO, AS FRUTAS PROMOVEM MAIOR SACIEDADE E SÃO EXCELENTES COADJUVANTES NO EMAGRECIMENTO.
5) O intestino delgado APENAS finaliza a digestão de partículas MUITO pequenas de alimentos. É o estômago o grande responsável pela digestão de TODOS OS ALIMENTOS. Pelo amor de Deus, isso é FISIOLOGIA BÁSICA!!!
6) AS FRUTAS NÃO FICAM PRESAS NAS BATATAS OU CARNES (O que é isso???). No estômago ocorre a mistura dos alimentos formando o BOLO ALIMENTAR, onde não se distingue mais o que é fruta ou carne ou batata. E SIM O QUE É CARBOIDRATO, PROTEÍNA, GORDURA E FIBRA. E é justamente O TEOR DE FIBRA deste BOLO ALIMENTAR que irá determinar a liberação do 'açúcar' ou da gordura.
QUANTO MAIS FIBRA TIVER, OU SEJA, SE A FRUTA FOR COMIDA JUNTAMENTE OU LOGO APÓS AS BATATAS OU CARNES ELA IMPEDIRÁ QUE O EXCESSO DE GORDURA OU DE CARBOIDRATO SEJA ABSORVIDO. Por isso a recomendação DOS ÓRGÃOS INTERNACIONAIS de que AS REFEIÇÕES DEVEM CONTER PELO MENOS UMA FRUTA.
7) É DESEJÁVEL que haja fermentação das Fibras no intestino grosso (para que as bactérias benéficas produzam substâncias que irão proteger o coração), ou seja, para não haver fermentação de açúcar, é necessário comer FIBRAS. Elas diminuem o risco de câncer e várias outras doenças de alergia no Intestino. AS FIBRAS SÃO ENCONTRADAS EM VÁRIOS ALIMENTOS , NÃO SÓ EM FRUTAS: VEGETAIS, CEREAIS INTEGRAIS, POR EXEMPLO.
8) Nem todas as Frutas podem ser comidas em jejum. Depende muito de cada caso. É ERRADO GENERALIZAR. Se o paciente sofrer de gastrite ou úlcera ou tiver hérnia de hiato ou diverticulite ou síndrome do intestino curto NÃO PODERÁ COMER FRUTA EM JEJUM, principalmente as mais ácidas, como abacaxi, maracujá, acerola, manga.
9) Estimular a compra de uma centrífuga também não é conveniente. É UM PRODUTO CARÍSSIMO e nem todos tem acesso. Além do mais, O SUCO AUMENTA MUITO MAIS A GLICEMIA DO QUE A FRUTA, NÃO SENDO RECOMENDADO À VONTADE PARA DIABÉTICOS, OBESOS, CARDÍACOS, NEM PARA PACIENTES COM SÍNDROME METABÓLICA.
Mais uma vez, NÃO PODEMOS GENERALIZAR. CADA CASO É UM CASO!!!
O Dr.William Castillo, realmente declarou que fruta é o melhor alimento e
protege contra doenças do coração. MAS JAMAIS ELE DISSE QUE ELA DEVERIA
SER CENTRIFUGADA OU COMIDA EM JEJUM, OU AINDA FALOU CONCEITOS ERRADOS DE FISIOLOGIA DA NUTRIÇÃO!!!
10) Café e pão branco com manteiga NÃO LEVAM O DIA INTEIRO PARA SEREM DIGERIDOS E NÃO SÃO 'LIXOS'. Os trabalhos científicos revelam que esta composição de refeição pode levar em torno de 2 horas para ser digerido, deixar o estômago, ser absorvidos no intestino e chegar no sangue. É UMA BOA FONTE DE ENERGIA PARA PESSOAS COM BAIXA CONDIÇÃO FINANCEIRA, por exemplo. O QUE NÃO ANULA A IMPORTÂNCIA DOS PÃES INTEGRAIS E O ACRÉSCIMO DE FRUTAS NOCAFÉ DA MANHÃ.
11) É difícil manter um cardápio só de Frutas. Haja vista porque a 'Dieta do abacaxi' (e de outras frutas) fracassou!!! Os chineses e os japoneses têm hábitos alimentares saudáveis, comem alimentos funcionais e praticam Atividade Física. Tem baixos índices de doenças do coração, mas por conta do uso dos chás quentes, são a população com maior índice de câncer de esôfago e estômago. Cada vez mais os cientistas do mundo inteiro, inclusive os do Brasil, descobrem os benefícios dos diferentes chás da natureza. MAS CUIDADO COM TEMPERATURAS EXTREMAS, ELAS PODEM DAR CÂNCER.
Bebidas geladas NÃO SOLIDIFICAM A GORDURA!!! Mais uma vez FISIOLOGIA BÁSICA: o estômago tem a função de igualar a temperatura dos alimentos e formar o bolo alimentar. Tanto faz a temperatura, pois o estômago vai fazer este papel. É bem verdade que alimentos mais mornos do que frios FACILITAM A DIGESTÃO.
Profa. Dra. Fernanda Beraldo Michelazzo


Autor : Profa. Dra. Fernanda Beraldo Michelazzo
Créditos : Luiz Affonso
Fonte : Universo da Mulher

Alcoolismo e Uso de Drogas: Pior Para Quem Tem Diabetes

Quem tem diabetes pode beber? Quais são os riscos do abuso do álcool para quem apresenta intolerância à glicose?

O diretor da Coordenadoria de Atenção às Drogas da Cidade de São Paulo e autor do livro Drogas no Ambiente de Trabalho, Luiz Alberto Chaves de Oliveira (o Dr. Laco), esclarece essas e outras dúvidas sobre alcoolismo e diabetes.

Primeiramente, é necessário distinguir os três níveis de uso de bebidas alcoólicas. Existe o uso que não traz consequências danosas à saúde física ou emocional da pessoa; o uso que já se torna nocivo à saúde e, finalmente, o uso em nível de dependência.

Limite
Além e observar os níveis, é preciso considerar a medida aconselhada pela OMS (Organização Mundial de Saúde). A entidade recomenda a ingestão máxima de 1 a 2 unidades (doses) em um dia para o homem, e de 1 unidade (dose) para a mulher. Para ambos, a recomendação é de beber não mais que três vezes por semana. Cada unidade equivale a duas latas de cerveja (330 ml), a duas doses de destilados ou a duas taças de vinho.

O Dr. Laco esclarece que, para o paciente com diabetes, esse limite deve ser ainda inferior. “Mesmo em pequenas quantidades, o uso pode ser considerado nocivo para pessoas com diabetes, grávidas, menores de 18 anos ou condutores de veículos. Para esses grupos, a quantidade consumida deve ser ainda menor”, afirma o pediatra.

Competição
O álcool interfere na metabolização da glicose. O fígado percebe que está consumindo uma substância que deve ser rapidamente metabolizada. Começa, então, uma competição em toda a função hepática. A metabolização da glicose fica “para trás”. Por isso, o seu uso é tão perigoso para quem tem diabetes.

Segundo o Dr. Laco, a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas é tão nociva para o organismo, que muita vezes colabora com o aparecimento do diabetes tipo 2.

Riscos e Complicações
Para quem já teve o diagnóstico de diabetes, o risco de sofrer complicações aumenta por causa do consumo frequente de bebidas alcoólicas.

“O alcoolista é geralmente um hipertenso. A bebida baixa a pressão em um primeiro momento, mas depois tende a voltar um pouco acima do nível normal” – explica.

A possibilidade de desenvolver neuropatia e catarata também é maior por conta das variações vaso-motoras e metabólicas, causadas pelo uso excessivo do álcool, alerta o especialista. Outro risco que cresce bastante é o de acidente vascular, o qual fica até três vezes maior do que o normal


Desidratação
Para quem tem diabetes, o outro risco é o de sofrer desidratação.

“O álcool é inibidor do hormônio anti-diurético. A pessoa urina muito porque a produção desse hormônio diminui. Por isso é que, na ressaca, acontece uma sede fenomenal, já que o líquido foi perdido em excesso No entanto, quem bebe cerveja pensa que está se ‘hidratando’. Tal desidratação é ainda mais grave para quem tem diabetes”, esclarece.

Prevenção
O especialista lembra que informar sobre os riscos do consumo de álcool e drogas é apenas o começo. Existem vários meios de prevenção, como as normas e os exemplos.

O médico alerta que, no Brasil, há várias normas que não são obedecidas, como proibição de venda de bebida alcoólica a menores. Os dados mostram que, se o jovem começa bebendo aos 15 anos, o risco de desenvolver dependência alcoólica é quatro vezes maior em relação a quem começa aos 21 anos.

“Fizemos uma experiência em São Paulo e constatamos que a imensa maioria dos bares vende a menores” – revela.

A família e as escolas são importantes no trabalho de prevenção. Nesses espaços, o uso deve ser desestimulado. O especialista defende a capacitação das redes pública e privada da educação, e também dos agentes de saúde, de modo que possam dar uma orientação precoce aos jovens.

“Para a pessoa com diabetes, mesmo em pequenas doses, o álcool é perigoso. Em todo caso, o melhor é não beber” – aconselha.

Efeitos das Drogas
O uso de drogas é prejudicial a todos, mas os efeitos sobre o metabolismo tornam-se ainda mais intensos em quem já sofre algum tipo de distúrbio metabólico, como o diabetes.
Veja os efeitos nocivos que as drogas podem causar ao organismo:

Cocaína: a droga que mais provoca infarto do miocárdio em jovens. Se esse jovem tem diabetes, o risco de infarto é ainda maior.

Crack: trata-se de uma forma de uso de cocaína que provoca dependência muito mais rápida. Basta que se utilize durante uma semana para se correr o risco de adquirir uma intensa dependência.

Maconha: um dos caminhos mais usados para se chegar a outras drogas ilícitas. Pode comprometer a concentração, a memória e o raciocínio. Influencia a sexualidade e a fertilidade, pois interfere na produção de hormônios, sobretudo de testosterona.

Medicamentos: Tranqüilizantes, estimulantes ou drogas usadas para emagrecer como anfetaminas criam dependências severas e de difícil tratamento. As mulheres consomem mais esse tipo de medicamento do que os homens.

Autor: Cintia Salomão Castro
Fonte: ADJ

Mais de quatro toneladas de pescado apreendidas em Petrolina

Mais de quatro toneladas de peixe foram apreendidas na tarde desta quinta-feira (25), no Centro de Abastecimento de Petrolina (Ceape). A operação realizada pelo Ibama em parceria com a Companhia Especializada em Proteção Ambiental tem o objetivo de coibir o comércio ilegal de peixe durante a piracema.

Entre as espécies recolhidas estavam Cari, Curimatã e Surubi. O dono do estabelecimento não tem registro no Ministério da Pesca como também o cadastro técnico federal junto ao Ibama, registros necessários para a realização do comércio e armazenamento de pescado.

O Ibama autuou em mais de R$ 130 mil de multa o dono do estabelecimento. O pescado apreendido hoje vai ser doado a instituições de caridade de Juazeiro.

Fonte:Blog do Carlos Britto

Clipe Basilisk Mergulhar


Editado por Alex Jordan retirado do site http://www.youtube.com/profile?user=embsa#p/u/43/OcMapFrO8Bc

Merendas


Fonte: Editado por Alex Jordan retitado do site http://www.youtube.com/watch?v=NPxrv5B9y5c&feature=channel

Microrganismos marinhos são mapeados

Microrganismos marinhos são mapeados

Pesquisas publicadas na Science mostram distribuição de fitoplâncton pelo planeta e destacam importância na fixação de nitrogênio e o sequestro de carbono (divulgação)



Agência FAPESP – Microrganismos são os maiores produtores primários (que realizam fotossíntese) nos oceanos do planeta e suas atividades biológicas influenciam enormemente os processos químicos terrestres.

Dois estudos independentes, ambos publicados na edição desta sexta-feira (26/2) da revista Science, ajudam a entender como as plantas microscópicas contidas no plâncton marinho estão distribuídas pelo mundo e como elas contribuem para um processo fundamental, a fixação do nitrogênio nos oceanos.

Em um dos artigos, Andrew Barton e colegas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, investigaram como a abundância de microrganismos nos oceanos muda conforme a latitude.

Os pesquisadores montaram um modelo da circulação marinha global para estimar a dinâmica das populações de fitoplâncton. O grupo verificou que, assim como ocorre na maioria das maiores criaturas terrestres, os microrganismos marinhos têm mais espécies representadas nas regiões tropicais do que próximo aos polos.

O modelo desenvolvido no MIT ressalta os padrões dessa distribuição, indicando que a maior parte de espécies de fitoplâncton se encontra em zonas de latitudes médias. Por outro lado, menos espécies, mas mais indivíduos, residem em latitudes mais altas.

O novo modelo também indicou hotspots (áreas mais importantes) de diversidade associados com áreas nas quais há correntes mais fortes, o que poderá ser explorado por futuros levantamentos metagenômicos, feitos a partir da análise genômica da comunidade de microrganismos em determinada região.

No outro artigo publicado na Science, Pia Moisander, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, e colegas de outras instituições norte-americanas esclarecem como os microrganismos no Oceano Pacífico fixam coletivamente o nitrogênio – onde a fixação de nitrogênio é alta ocorre o sequestro de carbono.

Em adição ao conhecido fixador marinho, a cianobactéria Trichodesmium (que transforma nitrogênio em amônia), o grupo de Moisander identificou dois outros grupos importantes de cianobactérias que atuam no processo nos oceanos, a UCYN-A e a Crocosphaera watsonii.

Os pesquisadores descreveram esses organismos em termos de onde são encontrados em relação ao Trichodesmium em uma área de 8 mil quilômetros no Pacífico Sul.

Segundo eles, os novos dados poderão ser incluídos em novos modelos de estudo de modo a estimar com mais exatidão as taxas globais de fixação de nitrogênio oceânico e, por consequência, do sequestro de carbono.

Os artigos Patterns of diversity in marine phytoplankton (DOI: 10.1126/science.1184961) , de Andrew Barton e outros, e Unicellular cyanobacterial distributions broaden the oceanic N2 fixation domain (DOI: 10.1126/science.1185468), de Pia Moisander e outros, podem ser lidos por assinantes da Science em www.sciencemag.org.
Fonte: Agência FAPESP

http://www.agencia.fapesp.br/materia/11817/divulgacao-cientifica/microrganismos-marinhos-sao-mapeados.htm

Observar a natureza

Observar a natureza

Robert Verpoorte, da Universidade de Leiden (Holanda), afirma em workshop do Biota-FAPESP que será preciso adotar paradigma de biologia de sistemas para reverter estagnação na descoberta de novos fármacos (foto: Eduardo Cesar)

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – O número de descobertas de fármacos vem caindo dramaticamente nos últimos anos. Para Robert Verpoorte, professor do Instituto de Biologia da Universidade de Leiden, Holanda, essa tendência só poderá ser revertida com uma completa mudança nas abordagens utilizadas para descobrir novas drogas.

Verpoorte participou, nesta quinta-feira (25/2), do Workshop Internacional Biota-FAPESP sobre Metabolômica no Contexto da Biologia de Sistemas, realizado na sede da FAPESP, em São Paulo. O evento tem o objetivo de reunir uma massa crítica de pesquisadores paulistas com pesquisadores de outros países na área de química de produtos naturais, a fim de incentivar a pesquisa colaborativa multidisciplinar.

"Essa colaboração poderá permitir que, finalmente, a vasta biodiversidade brasileira seja aproveitada para a busca de novos produtos naturais biologicamente ativos", disse uma das coordenadoras do evento, Vanderlan Bolzani, professora do Núcleo de Bioensaios, Biossíntese e Ecofisiologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e membro da coordenação do Biota-FAPESP.

Segundo Verpoorte, além dos altos custos envolvidos, o principal fator responsável pela diminuição das descobertas é a abordagem reducionista, paradigma utilizado atualmente para o desenvolvimento de fármacos, fundamentado na busca de um único composto para cada alvo.

“Para reverter o quadro atual, seria preciso associar a utilização das mais modernas técnicas – incluindo a metabolômica, utilizada para a identificação e quantificação de todos os metabólitos em um organismo – com um resgate da abordagem baseada na biologia de sistemas, que era utilizada na medicina tradicional, por exemplo”, disse à Agência FAPESP.

A abordagem reducionista, segundo Verpoorte, tem foco no mecanismo de ação molecular, mas não considera todo o sistema em que essa ação está inserida. Já que os processos naturais em geral e muitas doenças – como o câncer, por exemplo – têm causas e respostas multifatoriais, é importante que a abordagem para a busca de novos medicamentos também seja sistêmica, isto é, que considere múltiplos fatores.

O curare – composto com ação paralisante intensa utilizado há milhares de anos por populações indígenas – é um exemplo de droga desenvolvida com base na biologia de sistemas. Segundo Verpoorte, a partir de um universo de 50 mil plantas, os índios conseguiram fazer a triagem de duas espécies que contêm produtos altamente tóxicos quando injetados, mas que são inofensivos quando ingeridos oralmente.

“Os índios foram capazes de desenvolver o curare porque sabiam observar a natureza e aprender com ela. A abordagem reducionista tenta explicar as observações como parte de uma hipótese de partida. Precisamos de uma abordagem que tenha foco na descrição das observações em si mesmas e não nos modelos”, afirmou.

Menos hipóteses e mais observação

De acordo com Verpoorte, cerca de metade de todas novas drogas são derivadas de produtos naturais. Mas o número total de descobertas tem caído demasiadamente. “As triagens são feitas em grande escalas, chegando a até 100 mil amostras por dia, utilizando alvos conhecidos. Mas não estamos desenvolvendo novos modelos de ação. Precisamos repensar o modelo de desenvolvimento de fármacos”, apontou.

Nas abordagens atuais, segundo Verpoorte, as hipóteses são estabelecidas para explicar as observações e frequentemente se tornam dogmas. “A observação é que precisa ser a base da ciência. Hoje temos ferramentas que possibilitam uma capacidade de observação imensa. Mas é preciso que essa informação seja armazenada em um formato padronizado para que se possa sempre recorrer a ela.”

A biologia de sistemas, segundo explicou, é uma abordagem baseada na observação e não nas hipóteses, o que abre as perspectivas para descobertas, com uso de análises multivariadas voltadas para revelar diferenças e correlações.

“Essa abordagem holística requer a observação dos organismos sob diferentes condições, a partir da consideração de todos os parâmetros possíveis, como o metaboloma, o proteoma, o transcriptoma e os dados fisiológicos. Temos que usar essas ferramentas científicas como extensões de nossos sentidos”, disse.

Para que a abordagem de biologia de sistemas associada às novas tecnologias impulsione a descoberta de novos fármacos, o armazenamento e a padronização de dados é um fator chave.

“A padronização e a validação são imprescindíveis para que a metabolômica obtenha resultados que possam ser reproduzidos e que, ao longo dos anos, sejam usados para mineração de dados. Mas ainda não temos uma base de dados de metabolômica de plantas em larga escala. Obter essa base de dados será algo muito difícil, principalmente por causa dos problemas de reprodutibilidade”, afirmou Verpoorte.

A construção de uma futura biblioteca de metabolomas de organismos coletados viabilizará a mineração de dados a partir de uma base que não tem o viés imposto pela abordagem reducionista, segundo o cientista holandês.

“Para conseguir isso, a ideia central é a colaboração. Precisaremos trabalhar juntos para unificar, padronizar, validar, combinar, armazenar e trocar resultados para uso de longo prazo no futuro. Construindo uma base de dados imparcial conseguiremos sair da estagnação na descoberta de novos fármacos”, disse.
Fonte:Agência FAPESP- http://www.agencia.fapesp.br/materia/11815/especiais/observar-a-natureza.htm

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Mais soro contra aranhas

Mais soro contra aranhas

Pesquisadores do Butantan desenvolvem processo para facilitar produção de soro contra picadas de aranha-marrom, responsáveis por mais de 5 mil acidentes no país em 2009 (foto: Butantan)

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – A aranha-marrom (gênero Loxosceles) é pequena (cerca de 1 centímetro de comprimento) e pouco agressiva. Suas picadas ocorrem geralmente como forma de defesa, quando entram inadvertidamente em roupas ou calçados, por exemplo. Apesar disso, está longe de ser inofensiva.

No ato da picada, na maioria das vezes não há dor. Mas depois de cerca de 12 horas ocorre um inchaço na região afetada e febre. Com o avanço, e sem tratamento, o veneno pode causar necrose do tecido atingido, falência renal e até mesmo morte.

De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, em 2009 foram registrados 85.718 casos de acidentes com animais peçonhentos no Brasil, dos quais 17.474 com aranhas. Dos acidentes com aranhas, os casos envolvendo espécies de aranha-marrom responderam por um terço (5.728) do total.

O Butantan produz um soro para picadas de aranha-marrom, mas há considerável dificuldade para se obter o veneno usado na produção. “Como as aranhas são pequenas, o que se consegue de veneno é pouco. São necessárias centenas de exemplares para se produzir o soro”, disse Denise Vilarinho Tambourgi, diretora técnica do Laboratório de Imunoquímica do Instituto Butantan, à Agência FAPESP.

Pesquisadores do instituto acabam de dar um importante passo para tentar diminuir o problema, ao isolar o gene responsável pela fabricação da toxina esfingomielinase D, principal componente tóxico do veneno da aranha-marrom.

Estudos conduzidos desde 1997 no Butantan haviam conseguido avançar na decifração dos principais componentes do veneno e como ele atua no organismo infectado. Agora, a equipe do Laboratório de Imunoquímica conseguiu inserir um gene da aranha em Escherichia coli, desenvolvendo um processo para a produção, em larga escala, da esfingomielinase D, por meio da bactéria – e não da própria aranha. A novidade poderá facilitar a produção do soro antiloxoscélico, empregado contra o veneno de aranha-marrom.

“Vários resultados mostram que o veneno da aranha-marrom tem um componente central, a esfingomileinase D, responsável pelos principais sintomas clínicos. Com base nisso, conseguimos isolar e introduzir o gene que codifica para essa toxina em bactéria. Para outros venenos, tal processo talvez não seja aplicável, uma vez que os venenos animais são, em geral, misturas complexas contendo várias toxinas, responsáveis pelos sintomas clínicos apresentados nos diferentes envenenamentos”, disse Denise, que atualmente também desenvolve o projeto “Erucismo decorrente do contato com lagartas de Premolis semirufa (Lepidotera, Arctiidae)”, que tem apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

Os soros utilizados atualmente neutralizam as toxinas em circulação no organismo humano, mas não são muito eficazes para tratar lesões na pele – o veneno da aranha-marrom causa, na maioria dos casos, lesão local. “Essa lesão é de difícil resolução e pode levar meses para cicatrizar. Em alguns casos, os pacientes chegam a precisar de implantes”, apontou.

Como a picada da aranha-marrom é indolor e a reação local não se manifesta imediatamente, as vítimas só procuram ajuda quando a lesão na pele está instalada. “A necrose dos tecidos não é mais uma consequência do veneno, mas de uma cascata de reações do próprio organismo, acionadas pelas esfingomielinases D”, explicou Denise.

Fora a lesão local, há também a possibilidade de o paciente desenvolver um quadro sistêmico, que acomete um número menor de pacientes, mas que quando ocorre pode ser extremamente grave, levando inclusive à morte.

“O indivíduo pode ter hemólise intravascular e, em casos muito graves, isso pode causar danos renais e, em última instância, o óbito. Mas os quadros variam de acordo com a espécie e idade de aranha, local da picada ou se foi macho ou fêmea. Há ainda as características da vítima, como características genéticas e nutricionais ou idade. Tudo isso influencia”, disse.

As três espécies de aranhas-marrons (L. gaucho, L. intermedia, L. laeta) estão bem adaptadas ao cenário intradomiciliar. A L. gaucho é mais comum em São Paulo, enquanto as outras duas ocorrem mais no Sul do país, no Paraná e em Santa Catarina, respectivamente. O soro produzido utilizando as esfingomielinases D obtidas por meio da E. coli é eficaz contra o veneno das três espécies.

Testes em humanos

Após isolar o gene responsável pela produção da toxina esfingomielinase D, os pesquisadores do Butantan inseriram anéis de DNA (plasmídeos) com o gene da aranha em bactérias Escherichia coli, que começaram a produzir a toxina.

A esfingomielinase D foi inicialmente administrada em camundongos e coelhos, para a produção de anticorpos que serviriam como matéria-prima do soro. Em seguida, os testes foram feitos em cavalos.

“Isolamos os anticorpos produzidos pelo animal para a produção do soro. Em seguida, comparamos esse soro experimental com o que se utiliza na terapêutica humana e vimos que tal soro era capaz de neutralizar o veneno total”, disse Denise.

No novo processo as bactérias substituem as aranhas para a obtenção das toxinas. Os pesquisadores clonaram, na E. coli, os genes responsáveis pela toxina de duas das espécies de aranha-marrom: a L. intermedia, comum no Paraná, onde ocorre a maior parte dos acidentes no país, e a L. laeta, mais venenosa e presente em vários países latino-americanos.

A próxima etapa da pesquisa é o teste do soro em humanos. Para isso, será necessário produzir três lotes consecutivos de soro antiloxoscélico. “Para a última fase, o ensaio clínico, precisaremos da autorização da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Nossa expectativa é que até o fim do ano esses três lotes de soro estejam prontos”, disse.

Um dos estudos relacionados à aranha-marrom e realizado no âmbito do projeto coordenado por Denise é o de Daniel Manzoni de Almeida, intitulado “Análise do potencial neutralizante de um novo soro antiloxoscélico produzido contra esfingomielinases recombinantes dos venenos de aranhas Loxosceles e que teve apoio da FAPESP na modalidade Bolsa de Mestrado.

Fonte: Agência FAPESP

Palestra na Casa Plínio Amorim (Petrolina- PE) aborda qualidades da mandioca

DSC00435Um tubérculo conhecido da região foi o centro das discussões, ontem (24), na Casa Plínio Amorim. O uso da mandioca em vários alimentos, inclusive no pão francês, chamou atenção dos vereadores e do público presente à sessão ordinária da Casa.

Convidado para falar sobre o assunto, o engenheiro agrônomo da Embrapa Joselito da Silva Motta(foto), da cidade de Cruz das Almas (BA), destacou o emprego da fécula da mandioca num dos alimentos mais consumidos no País, o pão francês (ou pão de sal, como é conhecido na região).

O projeto, de autoria dos vereadores Dr.Pérsio Antunes e Cristina Costa, foi elogiado pelo engenheiro. Na sua palestra, Motta ressaltou que a adição da fécula da mandioca ao trigo utilizado para fazer o pão, na proporção de 12% a 15%, não altera em nada o sabor do alimento, além de torná-lo ainda mais nutritivo.

Na ocasião o engenheiro mostrou um vídeo com uma reportagem sobre o uso da mandioca em vários tipos de receitas, como sucos, doces e salgadinhos. Segundo Motta, além de ser rica em fibras, cálcio e potássio, a mandioca pode estimular os pequenos agricultores locais, uma vez que encontra na região as condições ideais para ser produzida.

Fonte: Blog do Carlos Britto

Adultos de 30 a 39 anos também serão vacinados contra nova gripe

O Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (25), a inclusão dos adultos que têm entre 30 e 39 anos entre os grupos que receberão a vacina contra a gripe A (H1N1). A campanha de imunização, que começa no dia 8 de março, já incluía profissionais da saúde, povos indígenas, crianças pequenas, pessoas com problemas crônicos e jovens entre 20 e 29 anos de idade.

A vacinação será gratuita e dividida em quatro etapas, conforme o público-alvo. Ainda não foi divulgado o novo calendário de vacinação com a inclusão do grupo de adultos entre 30 e 39 anos de idade.

O Ministério da Saúde tem 83 milhões de doses da vacina, mas estima que sejam imunizadas 62 milhões de pessoas. O medicamento restante será guardado como reserva técnica caso seja necessário usá-lo em uma eventual quinta etapa.


Tire suas dúvidas sobre a nova gripe

O calendário é o mesmo em todo o Brasil, e os locais de vacinação serão definidos pelas secretarias de saúde de cada estado. Para ser vacinado, é necessário pertencer a algum grupo indicado pelo ministério. É preciso levar ao posto de vacinação o RG e a carteirinha de vacinação. O medicamento é contra-indicado a quem tem alergia a ovo.

Fonte : http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1505167-5603,00.html

Bacon e ovos tornam os bebês mais inteligentes

"Olha o aviãozinho!"

Cientistas da Universidade da Carolina do Norte descobriram um micronutriente, a colina, que auxilia no desenvolvimento de partes do cérebro do bebê ligados à memória e ao reconhecimento, enquanto eles ainda estão na barriga das mães. O estudo, feito em ratos, comprovou que havia diferenças genéticas no cérebro daqueles que que receberam grande quantidade deste nutriente. Outros alimentos, que contém essa substância, também deixam os bebês mais inteligentes como o leite, nozes, fígado e frango.
Fonte:Superinteressante

Avião movido a lixo orgânico

Ao mesmo tempo em que a aviação é um dos setores que mais cresce em emissões - entre 1990 e 2005 houve um aumento de 42% e o setor já é responsável por quase 5% do efeito estufa, o que representa um aumento de 0,03 ºC na temperatura global -, é, também, um dos que tem maior potencial para o uso de combustíveis alternativos. O que pode atrasar o avanço nesse quesito são as exigências técnicas e processos de certificação muito rigorosos para o uso de combustível em aeronaves. Por isso, o querosene (de aviação, que passa por etapa a mais de refino que o utilizado para uso doméstico) é o combustível padrão desse segmento.

Claro que só por ser querosene, ele não é nada sustentável. Mas o querosene de aviação tem uma pegada ainda maior: cada tonelada desse combustível, queimado no ar ou no chão, produz 3,16 toneladas de CO2! Dessa forma, a aviação consome 2% de todos os combustíveis fósseis queimados. Isso representa 12% do consumo de combustível de todo o setor de transporte.

Pensando nesse impacto, a companhia aérea British Airways resolveu construir, em 2014, a primeira fábrica europeia destinada a transformar o lixo em combustível. Com o projeto, cerca de meio milhão de toneladas de resíduos serão utilizados anualmente para gerar 72,8 mil metros cúbicos de combustível. Trata-se de uma ótima iniciativa, já que será possível reduzir o volume de metano - gás de efeito estufa mais potente que o dióxido de carbono. Outra boa iniciativa é da Boeing, que apresentou um avião de demonstração de dois lugares que pode voar abastecido com células de hidrogênio.

E não é só na Europa que há projetos de combustíveis alternativos para esse segmento. Em 2012, no Brasil, ainda sem uma data prevista, a companhia aérea Azul e a Embraer devem realizar o primeiro voo experimental - sem passageiros - com o uso de um querosene obtido da cana-de-açúcar. Se tudo der certo, o bioquerosene começará a ser produzido em escala industrial em 2013. E a Gol, juntamente com um grupo de pesquisa de biocombustível para aviões, o Sustainable Aviation Fuel Users Group*, pretende estudar alternativas para combustíveis a partir do pinhão, algas e babaçu.

Esses esforços das companhias são todos louváveis, mas os pesquisadores – como não poderia deixar de ser – também apontam problemas. No caso do combustível oriundo do lixo orgânico, ele precisa ser aprovado pelo Reino Unido e isso depende de teste já que os biocombustíveis congelam a temperaturas mais altas que o querosene, o que pode gerar problemas em grandes altitudes. Já para o hidrogênio, um dos problemas seria o seu armazenamento (líquido) a bordo da aeronave, o que ocuparia um espaço bem maior do que o combustível convencional. Assim, os aviões precisariam de alterações mecânicas.

Mas, mesmo com todos esses entraves, ainda há motive para se animar com as inovações. O instituto de pesquisa ASTM International já aprovou o uso de 50% de combustível sintético na aviação comercial. A nova norma de especificações fornece critérios para a produção, distribuição e utilização de combustível de motores de turbina de aviação produzido a partir do carvão, gás natural ou biomassa. É um estímulo ao uso de biocombustíveis no setor. Se tudo correr bem, a previsão é que, em 2030, os combustíveis sintéticos ocupem cerca de 30% dos combustíveis de aviação.

Pelo visto, o setor de aviação está realmente empenhado em reduzir sua pegada ecológica e se tornar um negócio mais sustentável. Nada mal para quem não quer deixar de viajar e se preocupa com o planeta e o futuro da humanidade. Só não pode acontecer de as tarifas aumentarem, não é?

Sustainable Aviation Fuel Users Group*

Fonte:Superinteressante

Caatinga: mais 300 mil hectares de Parque Nacional

A partir do início de março, o Parque Nacional da Serra das Confusões, no Piauí, vai ganhar mais 300 mil hectares de terra. Com isso, serão mais de 800 mil hectares de Caatinga sob proteção federal. A área a ser incorporada é a da Serra Vermelha, que abriga as nascentes dos rios Piauí e Itaueira.

Criado em 1998, o parque abrange terras de sete municípios – Jurema, Tamburil do Piauí, Canto do Buriti, Alvorada do Gurgueia, Cristino Castro, Bom Jesus e Guaribas –, e agora vai abocanhar novos trechos de Bom Jesus e Santa Luz. Mais de 50% das espécies endêmicas do bioma estão por ali.

No novo riscado, houve a preocupação de deixar de fora áreas mais habitadas: o governo quer evitar dor de cabeça com desapropriações e indenizações. É que os problemas de regularização fundiária se arrastam até hoje, desde que o parque saiu do papel. Bem no estilo das demais unidades de conservação brasileiras

Fonte: http://www.greenblog.org.br/?p=5050

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Pobreza deixa marcas biológicas permanentes nas crianças, dizem cientistas

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u697292.shtml

Diversidade genética de melancia é alta no Sertão


A maior variabilidade genética de uma espécie está no lugar de onde ela se origina. No caso da melancia, a África. Pesquisadores brasileiros, no entanto, identificaram no semiarido, onde a planta foi introduzida durante a colonização, centro secundário de diversificação de genes da espécie. Equipe da Embrapa em Petrolina já catalogou na região 843 registros de melancieiras com características como tamanho, cor da polpa e teor de açúcar distintas.
As amostras fazem parte do banco de Germoplasma de Cucurbitáceas do Nordeste. Cucurbitáceas é o nome da família botânica à qual também pertencem o melão, maxixe, jerimum, abóbora, abobrinha, cabaça, pepino e bucha. O banco conta também com 27 amostras de melancia forrageira (destinada à alimentação animal), 643 de jerimum de leite (ou abóbora), 187 de jerimum caboclo, 146 de maxixe e uma de cabaça.
Para quem confunde jerimum e abóbora, a diferença está no tamanho e na cor do fruto. Enquanto o do primeiro é menor, tem a casca verde, polpa mais clara e sementes sempre brancas, o do outro possui o miolo alaranjado e é maior. A abóbora também é chamada de jerimum-de-leite.

A coordenadora do trabalho, Rita Dias, explica que coleções desse tipo são importantes para pesquisas genéticas. “Há genes de resistência a doenças ou ainda os que podem ser usados para a obtenção de um fruto maior e mais doce.”

As mudanças climáticas, informa a agrônoma, são outra linha de pesquisa à qual um banco de germoplasma se destina. É que há variedades de plantas mais resistentes que outras ao aumento da temperatura e ao chamado estresse hídrico, associado à baixa pluviosidade, característica do semiarido.

O banco de germoplasma da Embrapa se destina ao armazenamento das sementes de cucurbitáceas a médio prazo. Isso significa que a empresa terá o patrimônio genético das variedades caboclas, ou seja, adaptadas ao semiarido, por décadas.

Com informações do Jornal do Commercio/Foto ilustrativa

http://www.carlosbritto.com/diversidade-genetica-de-melancia-e-alta-no-sertao/

Reserva da biosfera e unidades de conservação na caatinga

Elcio Alves de Barros*

A Conferência sobre a Biosfera, organizada pela Unesco em 1968, foi a primeira reunião intergovernamental a tentar reconciliar a conservação e o uso dos recursos naturais, fundando o conceito presente de desenvolvimento sustentável. Em 1970, a Unesco lançou, o Programa Homem e Biosfera, com o objectivo de organizar uma rede de áreas protegidas, designadas Reservas da Biosfera, que representam os diferentes ecossistemas do nosso planeta e cujos países proponentes se responsabilizam em manter e desenvolver.

Existem mais de 400 Reservas da Biosfera em todo planeta. Cada Reserva da Biosfera é uma coleção representativa dos ecossistemas característicos da região em que se estabelece. As reservas da biosfera possuem três funções básicas: conservação das paisagens, ecossistemas e espécies; desenvolvimento econômico e humano que seja cultural, social e ecologicamente sustentável; logística, que dê suporte para pesquisas, monitoramento e educação.

A estrutura das reservas da biosfera pressupõe a existência de três áreas geograficamente delimitadas:

Zona Núcleo - constituída por áreas representativas do ecossistema em que está inserida e reconhecida e protegida legalmente, as Unidades de Conservação.

Zona de Amortecimento – área contígua a Zona Núcleo onde são permitidas apenas atividades compatíveis com os objetivos da Unidade de Conservação que é a Zona Núcleo.

Zona de Transição – onde apenas atividades que promovam o desenvolvimento sustentável são incentivadas.

A Caatinga é o único bioma exclusivo do Brasil e compreende uma área de aproximadamente 11% do território nacional (IBGE, 1993). Ocupa, principalmente, a região Nordeste do Brasil, além da porção norte do Estado de Minas Gerais. Pode ser caracterizada pela vegetação do tipo savana estépica, pela longa estação seca e pela irregularidade pluviométrica com precipitação anual média variando, aproximadamente, entre 400 e 600 mm que contribuem para que os rios da região, em sua maioria, sejam intermitentes e sazonais.

Mesmo sendo uma região semiárida, a Caatinga é extremamente heterogênea, sendo reconhecidas 12 tipologias que despertam atenção especial pelos exemplos fascinantes e variados de adaptação aos habitats semi-áridos. Essa posição única entre os biomas brasileiros não foi suficiente para garantir à Caatinga o destaque merecido. Ao contrário, o Bioma tem sido sempre colocado em segundo plano quando se discute políticas para o estudo e a conservação da biodiversidade do país, como pode ser observado pelo número reduzido de unidades de conservação Além disso, é também um dos biomas mais ameaçados e alterados pela ação antrópica, principalmente o desmatamento, apresentando extensas áreas degradadas e solos sob intenso processo de desertificação.

Apesar de várias espécies terem sido descritas na região, a Caatinga é ainda pouco conhecida do ponto de vista científico, a maioria das nossas universidades e institutos de pesquisas concentram suas ações e seus estudos na zona da mata e no litoral. A expectativa é que nos próximos anos esta situação mude com a interiorização das universidades federais que em Pernambuco já chegaram a Petrolina, Serra Talhada, Caruaru e Garanhuns todas cidades localizadas na Caatinga. Também, espera-se que a universidade publica estadual - UPE - crie novos campi no interior.

Promover a conservação da biodiversidade da Caatinga não é uma ação simples. Grandes obstáculos precisam ser superados. O primeiro deles é a pouca importância nos planos de desenvolvimento dos governos dada à questão ambiental. Nestes planos a qualidade de vida da população interiorana não está vinculada a questão ambiental. Os órgãos governamentais não dispõem de um sistema que fiscalize e controle o desmatamento satisfatoriamente. Tampouco desenvolvem ações de educação ambiental voltada para a população rural e os jovens em idade escolar. Os livros didáticos utilizados nas escolas de primeiro e segundo grau pedem que os estudantes façam pesquisas sobre a mata atlântica. Sobre a Caatinga nenhuma palavra. Este conjunto de fatores contribui cada vez mais com a destruição de recursos biológicos.

Menos de 4% da área da Caatinga está protegida em unidades de conservação. Se considerarmos apenas as UCs de proteção integral o percentual é menor que 1%. As terras indígenas, que são também importantes para manter a biodiversidade, ocupam, também, menos de 1% da área da região. As unidades de conservação além de cobrirem apenas uma pequena extensão da região da Caatinga, não representam bem a biodiversidade endêmica e ameaçada de extinção do bioma. A combinação de falta de proteção e de perda contínua de recursos biológicos contribui para a extinção de espécies exclusivas da Caatinga.

Se não tivermos Unidade de Conservação na Caatinga, não teremos Reserva da Biosfera da Caatinga como pressupõe o modelo apresentado no inicio. Acredito que no momento atual marcado por um processo de mudança climática produzida pelas atividades humanas não existem argumentos que racionalmente se oponham a criação de novas unidades de conservação. Apenas argumentos econômicos se opôem a esta idéia e apenas critérios econômicos estão superados não preenchem os requisitos para o desenvolvimento sustentável.

Por isso, o objetivo principal do CERBCAA-PE é lutar para aumentar a área de Caatinga protegida em nosso Estado. Sabemos que só criar Ucs não é suficiente para alcançarmos o desenvolvimento sustentável. Outros instrumentos são necessários nessa caminhada em busca do equilíbrio ecológico e da qualidade de vida da população caatingueira. È apenas o primeiro passo de uma longa caminhada que precisa ser iniciada.

* Engenheiro agrônomo, coordenador-geral do CERBCAA-PE (Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga do Estado de Pernambuco).

http://jc3.uol.com.br/blogs/blogcma/canais/artigos/2010/02/20/reserva_da_biosfera_e_unidades_de_conservacao_na_caatinga_64268.php

Fonte:JC Ciência e Meio Ambiente

Dengue sem asas

Dengue sem asas

Cientistas desenvolvem fêmeas de Aedes aegypti incapazes de voar como alternativa para conter a transmissão da doença (foto: Fiocruz)

Agência FAPESP – Para combater a transmissão de dengue, que tal cortar o mal pela raiz? Ou melhor, que tal cortar as asas dos mosquitos – ou, pelo menos sua capacidade de voar? Essa é a sugestão de um grupo internacional de pesquisadores, que obteve uma nova linhagem de mosquitos na qual as fêmeas não podem voar.

O estudo, feito por um grupo do Reino Unido e dos Estados Unidos, será publicado esta semana no site e, em breve, na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Fêmeas do principal vetor da dengue, o Aedes aegypti, quando não conseguem voar, morrem rapidamente, reduzindo o número de mosquitos e, por consequência, a transmissão da doença, segundo os autores do estudo. Machos podem voar, mas não picam ou transmitem a doença.

Um dos principais problemas de saúde pública no mundo, a dengue provoca anualmente de 50 milhões a 100 milhões de casos. Não há vacina para a doença, que coloca quase 40% da população global em risco.

Os cientistas alteraram geneticamente mosquitos machos que, ao cruzar com fêmeas selvagens, transmitiram seus genes aos descendentes. As fêmeas da geração seguinte não foram capazes de voar por que a alteração genética afetou o desenvolvimento dos músculos das asas.

Os autores da pesquisa estimam que a nova linhagem pode suplantar a população nativa em até nove meses, em alternativa eficiente e que não envolve o uso de pesticidas.

“Os métodos atuais de controle da dengue não são suficientemente eficientes e, por conta disso, novas alternativas se fazem urgentemente necessárias. Controlar o mosquito que transmite o vírus poderia reduzir significativamente a morbidade e mortalidade humanas”, disse Anthony James, professor da Universidade da Califórnia em Irvine e um dos autores do estudo.

Segundo James, uma das principais autoridades mundiais em doenças infecciosas transmitidas por insetos, há ainda estudos a serem feitos para confirmar a viabilidade do novo método, mas o potencial é de aplicação não apenas para a dengue, como também para outras doenças, como malária e febre do oeste do Nilo.

O artigo A female-specific flightless phenotype for mosquito control, de de Luke Alphey e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.1000251107.

http://www.agencia.fapesp.br/materia/11796/divulgacao-cientifica/dengue-sem-asas.htm

Fonte:Agência FAPESP


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Epidemia de “globesidade”

Epidemia de “globesidade”

Mary Schmidl, da Universidade de Minnesota, identifica culpados pelo crescimento da população obesa no mundo e aponta soluções (divulgação)

Por Fábio Reynol

Agência FAPESP – Estima-se que um quinto da população mundial esteja com excesso de peso. Entre esses, há 300 milhões que são considerados obesos. Pior: esses números têm aumentado nas últimas décadas.

Essas informações abriram a palestra “Atualização da epidemia global de obesidade”, proferida pela professora Mary Schmidl, do Departamento de Nutrição e Ciência dos Alimentos da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos. A apresentação fez parte da programação do 8º Simpósio Latino-Americano de Ciências de Alimentos, realizado no mês passado na Universidade Estadual de Campinas.

A pesquisadora levantou eventuais motivos para explicar o crescimento da epidemia em todo o mundo e quem seriam os responsáveis. “Inicialmente considerada um mal de países desenvolvidos, hoje a obesidade tem sido encontrada também nas nações em desenvolvimento, paradoxalmente ao lado da subnutrição”, disse.

“É uma doença que está em todas as faixas etárias, grupos éticos e classes sociais. Ela também atinge tanto homens como mulheres. Essa espécie de onipresença motivou a criação do termo ‘globesidade’ (globesity, em inglês)”, contou.

Segundo Mary não há um vilão único para a epidemia. A escalada da obesidade teria muitos responsáveis, como a indústria alimentícia, políticas públicas, escolas, restaurantes, comunidades, pais e os próprios indivíduos.

A pesquisadora apontou exemplos. A indústria e os comerciantes de alimentos estariam habituando os consumidores a porções cada vez maiores. Garrafas de refrigerante, hambúrgueres, pacotes de salgadinhos, caixas de cereais, entre outros produtos industrializados, têm aumentado de tamanho nos Estados Unidos desde a década de 1970.

O mesmo ocorreu com os restaurantes. “A porção recomendada de batatas fritas por pessoa é de cerca de seis unidades (palito) por dia e a porção que estamos servindo é essa”, disse ao apontar a foto de um prato com cerca de 500 gramas de fritas, comum nos restaurantes norte-americanos.

Os países em desenvolvimento, como o Brasil, não ficam de fora. Segundo a professora da Universidade de Minnesota, os países emergentes representam os mercados mais promissores para as indústrias de refrigerantes, por exemplo, cujas vendas se encontram estabilizadas nos países mais ricos.

Os governos também têm a sua parte de culpa. As políticas públicas teriam muito ainda a avançar. Uma ideia é sobretaxar alimentos menos saudáveis e estimular o consumo de vegetais. “Se o governo estipulasse um imposto de US$ 0,01 para cada onça (28,3 gramas) de refrigerante vendido, só na cidade de Nova York seriam arrecadados US$ 1,2 bilhão por ano”, disse.

A pesquisadora também coloca parte da responsabilidade nos próprios consumidores. Segundo ela, cada um teria que ter um compromisso com a sua saúde, não só procurando melhorar a qualidade e adequar a quantidade dos alimentos consumidos como também criar hábitos de fazer exercícios físicos.

“Precisamos dar cerca de 10 mil passos por dia. Parece muito, mas não é”, disse. Pelos mesmos motivos, as comunidades também são culpadas pelo sobrepeso de seus integrantes. Bairros, clubes, igrejas e outras associações deveriam estimular a prática de exercícios físicos de modo a auxiliar na criação de uma cultura saudável.

Os resultados das pesquisas feitas pela cientista também sugerem outras soluções, como fazer campanhas focadas nas crianças, que têm alto grau de influência sobre os pais.

Mary também propõe a rotulagem de alimentos explicitando a sua caloria e composição nutricional (o que já ocorre no Brasil) e a proibição das máquinas automáticas de guloseimas, que são mais comuns nos Estados Unidos. Para ela, essas máquinas deveriam vender somente água mineral, um produto cujo consumo, segundo ela, deveria ser mais incentivado de maneira geral.
Fonte:Agência FAPESP

Cochilo estimula aprendizagem

Cochilo estimula aprendizagem

Tirar uma soneca no meio do dia pode promover a capacidade de aprendizagem do cérebro, aponta estudo apresentado na reunião anual da American Association of the Advancement of Science (reprod.: G.Colbert)



Agência FAPESP – Espanhóis, mexicanos e habitantes de diversos outros países costumam tirar uma boa “siesta” logo após o almoço. Mas o hábito não ajuda apenas a descansar e a fugir do calor do meio do dia. Cochilar também estimula a aprendizagem, segundo indica um novo estudo.

A pesquisa, feita por cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley, foi apresentada neste domingo (21/2) na reunião anual da American Association of the Advancement of Science (AAAS), em San Diego, nos Estados Unidos.

De acordo com o trabalho, uma hora de cochilo durante o dia é capaz de restaurar e até mesmo de ampliar os processos cognitivos. Por outro lado, quanto mais horas um indivíduo permanecer acordado, mais “preguiçoso” se torna o seu cérebro – perder uma noite de sono derrubaria a capacidade de armazenar novas informações em cerca de 40%.

“O sono não apenas corrige os prejuízos decorrentes de longos períodos de privação do sono, mas, em nível neurocognitivo, leva a aprendizagem para além de onde estava antes da soneca”, disse Matthew Walker, um dos autores da pesquisa.

Os pesquisadores examinaram 39 adultos jovens, divididos em dois grupos, um dos quais cochilava à tarde. Ao meio dia, todos os participantes foram submetidos a rigorosos exercícios de aprendizagem com o objetivo de estimular o hipocampo, região do cérebro que atua no armazenamento de memórias. Os resultados dos dois grupos foram equivalentes.

Às 14h, o primeiro grupo começou um período de sono médio de 90 minutos, enquanto o outro permaneceu acordado. Às 18h, os dois grupos foram submetidos a nova rodada de exercícios. O grupo que ficou desperto teve rendimento pior em relação à rodada anterior, enquanto que aqueles que cochilaram não apenas foram melhor como apresentaram ganhos na capacidade de aprendizagem.

Segundo os pesquisadores, os resultados reforçam a hipótese de que o sono é necessário para “limpar” a memória de curto prazo, de modo a liberar espaço para novas informações. De acordo com o estudo, tais memórias são armazenadas inicialmente no hipocampo antes de serem enviadas ao córtex pré-frontal, que tem mais espaço de armazenamento.

“É como se a caixa de entrada de e-mails estivesse cheia e, até que seja limpa, por meio do sono, não será possível receber mais mensagens”, disse Walker.

Segundo os autores do estudo, esse processo de atualização ocorre na fase 2 do sono não REM (sigla para “movimentos oculares rápidos”), que se encontra entre o sono profundo (não REM) e o estado em que os sonhos ocorrem (REM).

Os pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley pretendem investigar se a redução de sono experimentada à medida que as pessoas envelhecem está relacionada à diminuição na capacidade de aprendizagem com a idade.
Fonte:Agência FAPESP

Mosca Negra: Governo amplia ações para erradicar a praga

O Governo do Estado redobrou a atenção contra a mosca negra dos citros. A Secretaria do Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), dentro do calendário de ações de controle biológico da praga, vai realizar dias de campo para conscientização de combate nos municípios que tiveram fruteiras infectadas. Serão destinados a agricultores, lideranças políticas, secretários municipais de agricultura e prefeitos. As primeiras reuniões já agendadas acontecem no próximo dia 22, no município de Matinhas; no dia 24, em Lagoa Seca; e, no dia 26, no município de Esperança.

Segundo o secretário do Desenvolvimento Agropecuário, Ruy Bezerra Cavalcante Júnior, o Governo do Estado está adotando várias medidas e ações para proteger as áreas de produção e combater a praga. A Sedap, através da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater), está disponibilizando 36 engenheiros agrônomos do seu quadro técnico para atuar no combate à mosca negra dos citros nos 15 municípios atingidos pela praga.

Os agronômos participaram do 1º Curso de Certificação Fitossanitária de Origem e a Certificação Fitossanitária de Origem Consolidado (CFO/CFOC) – Pragas Quarentenárias da Citricultura, realizado Sedap, esta semana, em Lagoa Seca.

Com o curso, os engenheiros estão habilitados a obter a Certificação Fitossanitária de Origem (CFO/CFOC) de vegetais hospedeiros da Praga Quarentenária A2: Aleurocanthus woglumi (mosca negra dos citros), além de prescrever receituários agronômicos para a aplicação de defensivos.

O secretário Ruy Bezerra alertou que para o transporte é obrigatório a emissão da Permissão de Trânsito Vegetal (PTV), fundamentada no CFO/CFOC, com declaração adicional que a carga está livre da mosca negra dos citros, sob a responsabilidade de um engenheiro agrônomo habilitado pela Defesa Vegetal. Ele lembrou que, ao suspeitar de ataque da mosca negra dos citros, o agricultor deverá se comunicar urgentemente com a Sedap, pelos telefones (83) 3214-5492 ou (83) 3214-5498; ou através da Superintendência Federal da Agricultura (SFA/PB), pelo telefone (83) 3216-6300.

Histórico

A mosca negra teve origem nos países asiáticos e, aos poucos, foi se espalhando pelo Mundo. No Brasil, foi encontrada em julho de 2001, na região metropolitana de Belém, no Estado do Pará. Hoje se encontra nos Estados do Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Tocantins, São Paulo e Goiás.

Ela age sugando as folhas das plantas, extraindo grande quantidade de seiva. Excreta uma substância açucarada na qual se desenvolve um fungo chamado de Fumagina. O fungo reduz a respiração e fotossíntese da planta que gera a redução dos frutos. A disseminação da praga é rápida e ocorre principalmente por meio de folhas infestadas, carregadas pelos ventos, chuvas e seres humanos.

O inseto pode ser encontrado durante todo o ano, entretanto a sua reprodução é baixa nos meses mais frios. Os ovos são depositados em espiral sobre as folhas, em grupos de 35 a 50. A eclosão se dá em 4 a 12 dias, dependendo do clima. As fêmeas podem gerar 100 ovos durante a vida. O controle biológico é um dos meios mais eficientes no combate da mosca negra. Os parasitóides Prospaltella spp. e Amitus hesperidum têm controlado eficientemente à praga.

Editoração: Roberto dos Santos

Fonte:Governo do Estado da Paraiba


Garrafas PET transformadas em produtos




A partir da coleta seletiva de recicláveis, materiais que antes iriam entupir bueiros, poluir rios ou sobrecarregar aterros são comprados por indústrias de beneficiamento e transformados em matéria-prima para produção de diversos novos produtos.

É o caso, por exemplo, das garrafas de PET (um tipo de resina plástica ), utilizadas para armazenar refrigerante, produtos de limpeza e cosméticos. O material é um dos mais versáteis da indústria de recicláveis e, após tratamento, pode ser usado até na produção de roupas e materiais de construção.

Para Roberto Souza, presidente da Bahia Pet, indústria que atua no ramo da reciclagem desde 2002, a atividade está em amplo crescimento. "A gente sente que o produto sustentável está ganhando espaço. Se antes era tratado como subproduto, hoje já sinto que começa a se estabelecer na cadeia industrial", comenta. Atualmente, 150 profissionais atuam na fábrica. Em março, a previsão é de contratação de mais 50 empregados.

Críticas - Apesar da defesa, muitos especialistas questionam a vantagem ambiental do reaproveitamento do material reciclável nas indústrias. Para o professor do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal da Bahia, José Fiúza, o consumidor deveria dar preferência a produtos retornáveis.

"O investimento principal tem que ser para incentivar a população a reduzir o consumo, reutilizar e reaproveitar os produtos ao máximo possível. Por exemplo, a garrafa PET é muito usada na reciclagem. Mas o ideal seria o uso de garrafas de vidros, aproveitando o potencial do material diversas vezes", diz.

Fonte: http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=1363085

retirado do site http://www.sanvale.com/blog/mercado-ambiental/garrafas-pet-transformadas-em-produtos.html

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Escola não pode pedir material de uso coletivo

Agora é lei. As instituições de ensino privado de Pernambuco não poderão mais cobrar taxas referentes a material de uso coletivo para fins não-didáticos aos pais dos alunos sob pena de serem punidas de acordo com às normas estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor. As multas previstas partem de R$ 217, mas podem chegar a mais de R$ 3 milhões em casos de reincidência da infração. A nova lei começou a vigorar no último sábado, data em que foi publicada no Diário Oficial do Estado. Em Pernambuco, estima-se hoje o funcionamento de 2.432 escolas particulares.

Segundo explica o diretor jurídico do Programa de orientação e proteção ao Consumidor de Pernambuco (Procon-PE), Roberto Campos, durante os últimos anos, pais e instituições de ensino firmaram acordos esporádicos sobre a cobrança das taxas relativas a materiais como copos descartáveis, resmas de papel ofício e papel higiênico. Quase sempre, ficou estabelecido que os custos com esses itens já deveriam estar incluídos na mensalidade. No entanto, não havia qualquer lei que proibisse ou punisse os estabelecimentos que optassem por cobrar taxas extras para a compra de itens que não estivessem vinculados diretamente ao ensino.

“Pelo Código de Defesa do Consumidor, a cobrança poderia até ser considerada abusiva. Mas abusivo é um termo bastante abstrato. Com a aprovação de uma lei estadual, a fiscalização ficará mais rígida”, revela.

Para o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Pernambuco (Sinepe), Arnaldo Mendonça, a nova lei veio apenas para oficializar uma situação que já predomina nos últimos anos. “Antigamente era mais comum que as escolas fizessem esse tipo de cobrança, mas hoje em dia só vemos casos pontuais”, afirma.

Ele alerta que os pais devem avaliar bem as cobranças referentes a materiais de uso coletivo, que muitas vezes são mesmo utilizados com fins didáticos, especialmente nas aulas de educação artística para crianças do ensino infantil e fundamental. “As vezes os pais enxergam má fé onde não existe. É preciso cuidado, pois um rolo de papel higiênico pode servir para fazer papel marchê, por exemplo, e uma esponja de aço como bucha de pintura. De qualquer forma, é dever da escola deixar claro o motivo da cobrança, mas se o pai tiver alguma dúvida, pode procurar a direção do colégio, antes de denunciar”.

A nova lei, originada a partir de um projeto de autoria do deputado estadual Isaltino Nascimento (PT), é auto-aplicável, ou seja, não precisará de regulamentação, uma vez que no seu artigo segundo prevê as punições de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, criado há 20 anos. O Procon de Pernambuco ficará responsável pela aplicação do dispositivo. Denúncias sobre o descumprimento das novas regras poderão ser feitas ao órgão através do telefone: (81) 3181-7000.
Fonte:JC Online

Desafio sem fronteiras

Desafio sem fronteiras

Luisa Lina Villa, coordenadora do INCT sobre o HPV, explica por que o vírus que atinge metade da população mundial e causa milhares de mortes anuais ainda é um desafio para a ciência (Foto: Divulgação)

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – O papilomavírus humano (HPV) é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns no mundo e uma das principais ameaças à saúde da mulher. Estima-se que metade da população mundial seja portadora de pelo menos um dos mais de 100 tipos do vírus.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é um dos líderes mundiais em incidência de HPV. A cada ano, o país registra 137 mil novos casos da doença, que é responsável por 90% dos casos de câncer de colo de útero. No mundo, o vírus é a segunda maior causa de mortalidade feminina por câncer, causando 288 mil mortes anuais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Fazendo parte de um esforço global contra o HPV, grupos de pesquisadores brasileiros de várias instituições se reuniram para formar o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do HPV. A sede do INCT-HPV será instalada em edifício próximo à Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e terá laboratórios de pesquisa, escritórios, salas de reuniões e auditório. Sua inauguração está prevista para o fim de 2010.

Coordenado por Luisa Lina Villa, ex-diretora do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, o INCT-HPV – financiado pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – deverá se tornar referência nacional e internacional na pesquisa sobre o HPV.

Em entrevista à Agência FAPESP, a coordenadora explica que o instituto, fundamentado em anos de pesquisa realizada no país, tentará agregar os melhores grupos de pesquisa básica e clínica sobre o tema, capacitar recursos humanos nos mais diversos níveis, expandir a capacidade de inovação na área e implementar protocolos e recomendações para diagnóstico e tratamento das doenças causadas pelo vírus.

Agência FAPESP – Por que o novo instituto poderá se tornar uma referência na área de pesquisa sobre o HPV?
Luisa Lina Villa – O projeto do INCT-HPV se fundamenta em uma base muito sólida de pesquisas e de muitas publicações, provenientes, em especial, do nosso grupo de pesquisa no Instituto Ludwig. Estamos envolvidos com o tema do HPV há mais de 25 anos. A proposta do instituto é aprofundar essa pesquisa acumulada ao longo do tempo e, ao mesmo tempo, unir a nossa produção científica à expertise de outras instituições parceiras. A união de esforços e a base sólida da qual partimos – que inclui, por exemplo, estudos em epidemiologia, biologia dos HPVs com destaque para sua capacidade de transformação celular e aspectos imunológicos das infecções e doenças causadas pelo vírus – nos dão certeza de que o INCT-HPV se tornará uma referência. E permitirá a divulgação do tema em larga escala, não apenas entre os profissionais da saúde.

Agência FAPESP – O instituto terá foco especialmente na pesquisa básica?
Luisa Lina Villa – Não. Nós temos uma competência muito sólida em pesquisa básica, que continuaremos ampliando, mas também vamos dedicar muitos esforços às pesquisas na área clínica, na qual começamos a atuar mais recentemente e que vão desde o desenvolvimento de vacinas até a avaliação de novas modalidades de rastreamento do câncer de colo do útero.

Agência FAPESP – As pesquisas, então, tratarão também do aprimoramento do diagnóstico dos tumores causados pelo HPV?
Luisa Lina Villa – Sem dúvida. No Brasil, a prevenção do tumor mais frequentemente causado por HPV é feita a partir do teste morfológico de papanicolau. Hoje há literatura suficiente indicando, de forma positiva, que os testes que buscam o agente causal dessa doença – o HPV – podem ter mais sensibilidade e especificidade semelhante ao teste morfológico. Se conseguirmos um teste melhor para rastrear a população e identificar precocemente mulheres que possam vir a ter esses tumores, poderemos prevenir as altas taxas de mortalidade causadas por ele. Esse é um projeto- chave do nosso grupo. Estamos realizando estudos com mulheres em hospitais de São Paulo e de Barretos, no interior paulista, para avaliar essa possibilidade de, eventualmente, oferecer ao governo resultados que possam propor novas modalidades de controle e prevenção desse câncer. No Brasil a doença não vem sendo bem controlada por uma série de fatores, inclusive porque o número de mulheres que fazem o teste é muito limitado, se considerarmos as regiões menos desenvolvidas de nosso país.

Agência FAPESP – E quanto aos aspectos imunológicos que a senhora mencionou?
Luisa Lina Villa – Na imunologia, temos grande interesse em ampliar os estudos para buscar uma classificação adequada das respostas ao HPV. Mais especificamente, queremos saber quais são as falhas que podemos identificar do sistema imune e que promovem a persistência das infecções e o aparecimento de doenças. Em paralelo, estamos acumulando uma série de dados que permitirão definir marcadores tumorais, a fim de localizar as mulheres que, uma vez infectadas, terão êxito em se livrar da doença e quais deverão desenvolvê-la. Além disso, almejamos descrever marcadores de estágio de doença e de progressão, contribuindo adicionalmente no manejo de pacientes portadoras de tumores causados por estes vírus. Essa proposta, que é uma parceria entre o Instituto Ludwig e a Santa Casa, tem foco na análise dos aspectos imunológicos dessas infecções e doenças causadas pelos vírus.

Agência FAPESP – Além do câncer de colo de útero, o HPV causa outras doenças importantes?
Luisa Lina Villa – Os HPVs de alto risco oncogênico causam tumores no pênis, vulva, vagina, ânus, em diversos locais tanto nas mucosas como na pele. Existe uma área ainda incipiente no país, mas cujo reforço faz parte da nossa proposta, que é a área de tumores genericamente chamados de tumores da região de cabeça e pescoço. Eu especificaria os tumores de orofaringe, que são causados por alguns tipos de HPV. Existem no Brasil tumores de laringe que têm características diferentes de estudos conduzidos em outras partes do mundo. Temos interesse em explorar essas diferenças para entender qual é o papel dos HPVs nestes tumores e quais são os principais fatores de risco – além dos fatores clássicos como álcool e fumo. Essa área de pesquisa envolve particularmente epidemiologistas da Faculdade de Medicina da USP e da Santa Casa, com participação direta do Hospital do Câncer.

Agência FAPESP – Há pessoal qualificado para pesquisa em todas essas áreas?
Luisa Lina Villa – Há uma massa crítica, mas um dos objetivos centrais do projeto é justamente a formação de recursos humanos de alto nível. Outra proposta, que está relacionada a esse objetivo de capacitação, consiste em aumentar o acesso ao material biológico disponível – o que é fundamental para a ampliação do conhecimento nessas diferentes áreas. Isto é, precisamos ter acesso a espécimes de pacientes: tanto de tumores como de tecidos normais, além de fluidos biológicos como soro e plasma, para fundamentar os trabalhos que tiverem base em séries muito amplas. Para isso, temos a iniciativa de criar um banco de tumores do INCT-HPV. O banco, que está ainda em fase de elaboração, ficará na Santa Casa, que é a sede do projeto. Essa iniciativa nos possibilitará responder muitas perguntas tanto básicas quanto da área clínica.

Agência FAPESP – O projeto do instituto atribui grande importância à divulgação científica. Qual a razão dessa preocupação?
Luisa Lina Villa – Divulgação é uma das nossas missões, porque o conhecimento sobre HPV é escasso, mesmo entre profissionais da saúde, quanto mais na população em geral. Isso será feito em diferentes níveis do ensino, incluindo ensino médio, na graduação e na pós-graduação. Uma das primeiras iniciativas foi a criação da Liga do HPV que conta com a participação de alunos de graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa. Dentre suas primeiras ações estão a criação de uma cartilha sobre HPV que foi distribuída durante campanha para divulgar o tema e o INCT-HPV. Além disso, alunos da graduação foram atraídos para participar de projetos de iniciação científica. Outra atividade muito importante e com grande capacidade de divulgação é o Educasus, iniciativa da Santa Casa para divulgar, por meio de telemedicina, os mais diversos assuntos a inúmeras instituições afiliadas. Recentemente, este poderoso instrumento de divulgação foi utilizado para disseminar informação sobre HPV e doenças associadas.

Agência FAPESP – Quando começará esse trabalho?
Luisa Lina Villa – Ainda em dezembro realizaremos uma primeira campanha do HPV dentro da Santa Casa, a partir de onde a divulgação se ampliará por meio de uma cartilha de orientação que informará o que é o HPV, quais são as doenças decorrentes do vírus e como prevenir. Essa campanha será ampliada não só para o corpo clínico, estudantes da faculdade de medicina e enfermagem, mas também a funcionários da Santa Casa e outras pessoas que passem pela tenda. Outro projeto importante é o Expedições.

Agência FAPESP – Em que consiste esse projeto?
Luisa Lina Villa – Ele é conduzido pela Santa Casa há vários anos e consiste em levar uma equipe, incluindo alunos da faculdade e professores, para fazer uma ação de saúde em locais definidos. A equipe trabalha por dois anos em cada local. Neste ano, o projeto foi feito em Itapeva (SP). Em janeiro de 2010 teremos uma segunda expedição para lá, com uma série de ações. Dessa vez, o INCT-HPV apoiará essa ação na saúde e na divulgação, além de desenvolver um estudo de prevalência de HPV na comunidade atendida por essa iniciativa tão relevante. Com o tempo, pretendemos fazer campanhas nas escolas e produzir vídeos sobre o HPV. Aliás, nosso primeiro vídeo institucional estará disponível nos primeiros dias do próximo ano no site www.incthpv.org.br.

Agência FAPESP – Que desafios científicos ligados à pesquisa sobre HPV podem ser destacados?
Luisa Lina Villa – Eu diria que o principal desafio em pesquisa, definitivamente, é a ampliação do conhecimento sobre as respostas imunes às doenças causadas pelo HPV, além da busca pela identificação de novos marcadores tumorais. Sabemos que o HPV interfere com uma série de proteínas nas células – envolvidas, por exemplo, com proliferação celular – que vêm sendo usadas para identificar em quais células ocorrerá o avanço para o câncer invasivo. Estamos muito empenhados nessa busca. Além disso, toda e qualquer informação sobre melhores modalidades de prevenção, incluindo melhor forma de implementação de vacinas preventivas – que estão disponíveis, mas não para quem mais precisa, que é a sociedade de baixa renda. Essa é a missão mais abrangente de todas, uma vez que busca promover a saúde em larga escala, atingindo finalmente a sociedade como um todo e contribuindo para a saúde de forma global.
Fonte:Agência FAPESP