Quem tem diabetes pode beber? Quais são os riscos do abuso do álcool para quem apresenta intolerância à glicose? O diretor da Coordenadoria de Atenção às Drogas da Cidade de São Paulo e autor do livro Drogas no Ambiente de Trabalho, Luiz Alberto Chaves de Oliveira (o Dr. Laco), esclarece essas e outras dúvidas sobre alcoolismo e diabetes. Primeiramente, é necessário distinguir os três níveis de uso de bebidas alcoólicas. Existe o uso que não traz consequências danosas à saúde física ou emocional da pessoa; o uso que já se torna nocivo à saúde e, finalmente, o uso em nível de dependência. Limite O Dr. Laco esclarece que, para o paciente com diabetes, esse limite deve ser ainda inferior. “Mesmo em pequenas quantidades, o uso pode ser considerado nocivo para pessoas com diabetes, grávidas, menores de 18 anos ou condutores de veículos. Para esses grupos, a quantidade consumida deve ser ainda menor”, afirma o pediatra. Competição Segundo o Dr. Laco, a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas é tão nociva para o organismo, que muita vezes colabora com o aparecimento do diabetes tipo 2. Riscos e Complicações “O alcoolista é geralmente um hipertenso. A bebida baixa a pressão em um primeiro momento, mas depois tende a voltar um pouco acima do nível normal” – explica. A possibilidade de desenvolver neuropatia e catarata também é maior por conta das variações vaso-motoras e metabólicas, causadas pelo uso excessivo do álcool, alerta o especialista. Outro risco que cresce bastante é o de acidente vascular, o qual fica até três vezes maior do que o normal
“O álcool é inibidor do hormônio anti-diurético. A pessoa urina muito porque a produção desse hormônio diminui. Por isso é que, na ressaca, acontece uma sede fenomenal, já que o líquido foi perdido em excesso No entanto, quem bebe cerveja pensa que está se ‘hidratando’. Tal desidratação é ainda mais grave para quem tem diabetes”, esclarece. Prevenção O médico alerta que, no Brasil, há várias normas que não são obedecidas, como proibição de venda de bebida alcoólica a menores. Os dados mostram que, se o jovem começa bebendo aos 15 anos, o risco de desenvolver dependência alcoólica é quatro vezes maior em relação a quem começa aos 21 anos. “Fizemos uma experiência em São Paulo e constatamos que a imensa maioria dos bares vende a menores” – revela. A família e as escolas são importantes no trabalho de prevenção. Nesses espaços, o uso deve ser desestimulado. O especialista defende a capacitação das redes pública e privada da educação, e também dos agentes de saúde, de modo que possam dar uma orientação precoce aos jovens. “Para a pessoa com diabetes, mesmo em pequenas doses, o álcool é perigoso. Em todo caso, o melhor é não beber” – aconselha. Efeitos das Drogas Cocaína: a droga que mais provoca infarto do miocárdio em jovens. Se esse jovem tem diabetes, o risco de infarto é ainda maior. Crack: trata-se de uma forma de uso de cocaína que provoca dependência muito mais rápida. Basta que se utilize durante uma semana para se correr o risco de adquirir uma intensa dependência. Maconha: um dos caminhos mais usados para se chegar a outras drogas ilícitas. Pode comprometer a concentração, a memória e o raciocínio. Influencia a sexualidade e a fertilidade, pois interfere na produção de hormônios, sobretudo de testosterona. Medicamentos: Tranqüilizantes, estimulantes ou drogas usadas para emagrecer como anfetaminas criam dependências severas e de difícil tratamento. As mulheres consomem mais esse tipo de medicamento do que os homens. |
Autor: Cintia Salomão Castro |
Fonte: ADJ |
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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Alcoolismo e Uso de Drogas: Pior Para Quem Tem Diabetes
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