Mudam os modelitos, muda o tom do desbotado, mas não a preferência: o jeans permanece como símbolo de juventude, sejam os jovens da geração hippie, yuppie, X, Y ou Z. Talvez o segredo esteja no polivalente índigo blue, corante azul originalmente resultante da tintura produzida com plantas do gênero Indigofera, em especialIndigofera anil.
O mesmo índigo blue – bem carregado – está nas roupas dos tuaregues do deserto do Saara e nos batiks de outras etnias do Sahel. Está também – levíssimo – nos lençóis brancos do Brasil antigo, fervidos com anil após a lavagem. O anil brasileiro vinha em cubinhos azuis, pronto para ser dissolvido na água e emprestar um ligeiro toque de azul celeste à roupa de cama. Além disso, deixava um cheirinho bom, de limpeza.
O composto químico responsável pelo azul exclusivo do corante chama-se indigotina e pertence à categoria dos alcalóides. Mas não é a única fração de interesse desse gênero de planta: existem outros compostos com atividade antitumoral e antioxidante, conforme indicam estudos conduzidos por pesquisadores de diversos institutos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Araraquara e Botucatu, em parceria com equipes da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
A pesquisa partiu de indicações etnofarmacobotânicas – ou seja, de usos medicinais populares – para avaliar a atividade de duas espécies comuns no Cerrado paulista, com boa produção mesmo em clima semi-árido e em solos de baixa fertilidade: Indigofera truxillensis e I. suffruticosa. “Observamos atividade antitumoral associada a uma substância chamada indirubina”, conta Tamara Regina Calvo, responsável pela identificação das atividades químicas das diversas frações extraídas das partes aéreas das plantas (folhas e vagens), depois de secas e submetidas à extração alcoolica.
Fonte :Planetasustentavel.abril.com.br
Leia o texto original na íntegra:http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/biodiversa/saude-indigo-blue-296299_post.shtml