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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ilegais - Vanessa da Mata

Ilegais -Composição: Vanessa Da Mata / Willie Cobbs / Ellas Mcdaniel...)

Desse jeito vão saber de nós dois
Dessa nossa vida
E será uma maldade veloz
Malignas línguas
Nossos corpos não conseguem ter paz
Em uma distância
Nossos olhos são dengosos demais
Que não se consolam, clamam fugazes
Olhos que se entregam
Ilegais

Eu só sei que eu quero você
Pertinho de mim
Eu quero você
Dentro de mim
Eu quero você
Em cima de mim
Eu quero você

Desse jeito vão saber de nós dois
Dessa nossa farra
E será uma maldade voraz
Pura hipocrisia
Nossos corpos não conseguem ter paz
Em uma distância
Nossos olhos são dengosos demais
Que não se consolam, clamam fugazes
Olhos que se entregam
Olhos ilegais

Eu só sei que eu quero você
Pertinho de mim
Eu quero você
Dentro de mim
Eu quero você
Em cima de mim
Eu quero você



Imagem: Internet

Duas caravelas -Maciel Melo/ Geraldo Azevedo


Hoje eu acordei cantando
Uma canção falando de amor,
Hoje eu acordei querendo ouvir sua voz...

Feito alma que vive e reza
Amor que se preza é assim
Quanto mais carícias
Mais vontade dá em mim...

Somos duas caravelas içadas
No mesmo mar, na mesma direção
Levadas pelos ventos mais fortes
Ventos que vem do mar
E vento do sertão...

Ventos que agitam as águas
De um rio que remansa
Ventos de Olinda,
Ventos que ainda ventam
Que ainda inventam...e navega...

Ventos que nos balaçam
Mares que avançam pra nós
E cada um de nós tem que velejar...


http://www.kboing.com.br/maciel-melo/1-1075378/#

VERGONHA QUE NÃO TENHO DE SER NORDESTINA

VERGONHA QUE NÃO TENHO DE SER NORDESTINA
Sheila Raposo - Jornalista

Cultivado entre os cascalhos do chão seco e as cercas de aveloz que se perdem no horizonte, cresceu, forte e robusto, o meu orgulho de pertencer a esse pedaço de terra chamado Nordeste.

Sou nordestina. Nasci e me criei no coração do Cariri paraibano, correndo de boi brabo, brincando com boneca de pano, comendo goiaba do pé e despertando com o primeiro canto do galo para, ainda com os olhos tapados de remela, desabar pro curral e esperar pacientemente, o vaqueiro encher o meu copo de leite, morninho e espumante, direto das tetas da vaca para o meu bucho.

Sou nordestina. Falo oxente, vôte e danou-se. Vige, credo, Jesus-Maria e José! Proseio com minha língua ligeira, que engole silabas e atropela a ortoépia das palavras. O meu falar é o mais fiel retrato. Os amigos acham até engraçado e dizem sempre que eu “saí do mato, mas o mato não saiu de mim”. Não saiu mesmo! E olhe: acho que não vai sair é nunca!

Sou nordestina. Lambo os beiços quando me deparo com uma mesa farta, atarracada de comida. Pirão, arroz-de-festa, galinha de capoeira, feijão de arranca com toucinho, buchada, carne de sol... E mais uma ruma de comida boa, daquela que, quando a gente termina de engolir, o suor já está pingando pelos quatro cantos. E depois ainda me sirvo de um bom pedaço de rapadura ou uma cumbuca de doce de mamão, que é pra adoçar a língua. E no outro dia, de manhãzinha, me esbaldo na coalhada, no cuscuz, na tapioca, no queijo de coalho, no bolo de mandioca, na tigela de umbuzada, na orêa de pau com café torrado em casa!

Sou nordestina. Choro quando escuto a voz de Luiz Gonzaga ecoar no teatro de minhas memórias. De suas músicas guardo as mais belas recordações. As paisagens, os bichos, os personagens, a fé e a indignação com que ele costurava as suas cantigas e que também são minhas. Também estavam (e estão) presentes em todos os meus momentos, pois foi em sua obra que se firmou a minha identidade cultural.

Sou nordestina. Me emociono quando assisto a uma procissão e observo aqueles rostos sofridos, curtidos de sol do meu povo. Tudo é belo neste ritual. A ladainha, o cheiro de incenso. Os pés descalços, o véu sobre a cabeça, o terço entre os dedos. O som dos sinos repicando na torre da igreja. A grandeza de uma fé que não se abala.

Sou nordestina. Gosto de me lascar numa farra boa, ao som do xote ou do baião. Sacolejo e me pergunto: pra quê mais instrumento nesse grupo além da sanfona, do triangulo e da zabumba? No máximo, um pandeiro ou uma rabeca. Mas dançar ao som desse trio é bom demais. E fico nesse rela-bucho até o dia amanhecer, sem ver o tempo passar e tampouco sentir os quartos se arriando, as canelas se tremelicando, o espinhaço se quebrando e os pés se queimando em brasa. Ô negócio bom!

Sou nordestina. Admiro e me emociono com a minha arte, com o improviso do poeta popular, com a beleza da banda de pífanos, com o colorido do pastoril, com a pegada forte do côco-de-roda, com a alegria da quadrilha junina. O artista nordestino é um herói, e nos cordéis do tempo se registra a sua história.

Sou nordestina. E não existe música mais bonita para meus ouvidos do que a tocada por São Pedro, quando ele se invoca e mete a mãozona nas zabumbas lá do céu, fazendo uma trovoada bonita que se alastra pelo Sertão, clareando o mundo e inundando de esperança o coração do matuto. A chuva é bendita.

Sou nordestina. Sou apaixonada pela minha terra, pela minha cultura, pelos meus costumes, pela minha arte, pela minha gente. Só não sou apaixonada por uma pequena parcela dessa mesma gente que se enche de poderes e promete resolver os problemas de seu povo, mentindo, enganando, ludibriando, apostando no analfabetismo de quem lhe pôs no poder, tirando proveito da seca e da miséria para continuar enchendo os próprios bolsos de dinheiro.

Mas, apesar de tudo, eu ainda sou nordestina, e tenho orgulho disso. Não me envergonho da minha história, não disfarço o meu sotaque, não escondo as minhas origens. Eu sou tudo o que escrevi, sou a dor e a alegria dessa terra. E tenho pena, muita pena, dos tantos nordestinos que vejo por aí, imitando chiados e fechando vogais, envergonhados de sua nordestinidade. Para eles, ofereço estas linhas.

O homem que plantava árvores



Fonte:Youtube

Dia de Campo promovido pela Embrapa e 3ª SR Codevasf apresentará novas variedades de mandioca para produção no Semiárido


Com o objetivo de introduzir novas variedades de mandioca para consumo humano e  animal, além do processamento em comunidades do sertão nordestino, a Embrapa Semiárido, em parceria com a 3ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (3ª SR Codevasf), vêm buscando identificar aquelas que melhor se adaptam às condições da região. Os resultados disso, na prática, serão apresentados nesta sexta-feira (17), em um Dia de Campo que acontecerá no Núcleo 4 do perímetro de irrigação Senador Nilo Coelho, no lote do produtor rural Mariano Inácio.  
As pesquisas, iniciadas em 2007, contam com apoio financeiro do Banco do Nordeste e apontam opções mais promissoras para áreas irrigadas do Vale do São Francisco.
De acordo com a pesquisadora da Embrapa Semiárido, Alineaurea Florentino Silva, responsável pelos trabalhos, a avaliação de diversos aspectos agronômicos e culinários das plantas resultaram no destaque das variedades Dona Diva e V3, que apresentaram maior produtividade (acima de 30 toneladas por hectare de raízes comerciais), melhor qualidade de raízes (diâmetro acima de 45mm e comprimento acima de 55cm), precocidade, menor susceptibilidade a pragas e doenças e maior conservação pós-colheita na maioria dos testes realizados nas comunidades.
Pesquisa 
Os experimentos com mandioca de mesa produzidas com sistema de irrigação estão sendo realizados em mais de nove locais, incluindo os perímetros irrigados Nilo Coelho (Núcleos 3, 4, 5, 6, 9, 11 e área Maria Tereza), Bebedouro, Brígida, além da Ilha Massangano e vazantes de algumas áreas dependentes de chuva no interior de Petrolina. Em todas elas foram implantadas seis variedades – Dona Diva, Mineiro, Guela de Jacu, V3, Gema de Ovo e Recife -, esta última já cultivada e bem aceita pelas comunidades, sendo considerada, na pesquisa, como uma testemunha local para comparação com as demais.
No projeto, estão sendo realizados ainda experimentos com novas variedades para as áreas dependentes de chuva. Neste caso, são avaliadas características como percentagem de matéria seca nas raízes, qualidade de farinha e teores de proteína na parte aérea – resultados que contribuirão na escolha das variedades mais apropriadas para os usos que são dados à mandioca nas áreas dependentes de chuva, como preparo de farinha torrada e raspa para animais.(Da Assessoria/Embrapa)