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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Janela sobre o medo Eduardo Galeano


A fome come o medo. O medo do silêncio atordoa as ruas.
O medo ameaça:
Se você amar, vai pegar aids.
Se fumar, vai ter câncer.
Se respirar, vai se contaminar.
Se beber, vai ter acidentes.
Se comer, vai ter colesterol.
Se falar, vai perder o emprego.
Se caminhar, vai ter violência.
Se pensar, vai ter angústia.
Se duvidar, vai ter loucura.
Se sentir, vai ter solidão.
Eduardo Galeano, As palavras andantes, p.154 

...faz os anjos chorar...


“Um sabiá preso numa gaiola faz os anjos chorar um choro que ninguém consola...“ 
(William Blake)

Petrolina e Juazeiro Geraldo Azevedo/Moraes Moreira

De todo lado é bonito
São dois estados de espírito
No meio fico, e não nego
Navego no Velho Chico
De todo lado é bonito
São dois estados de espírito
No meio fico, e não nego
Navego, navego no Velho Chico
Meu barco é um coração
E vai sem mágoa
Nas águas dessa paixão até o cais
Beira do rio Pernambuco-Bahia
Todo vapor, marinheiro
Pode trazer meu amor, Juazeiro
Bela menina
Pode trazer meu amor, Petrolina e Juazeiro
Pernambuco-Bahia
Todo vapor, marinheiro
Pode trazer meu amor, Juazeiro
Bela menina
Pode trazer meu amor, Petrolina e Juazeiro
De todo lado é bonito
São dois estados de espírito
No meio fico, e não nego
Navego no Velho Chico
De todo lado é bonito
São dois estados de espírito
No meio fico, e não nego
Navego, navego, navego no Velho Chico
Meu barco é um coração
E vai sem mágoa
Nas águas dessa paixão até o cais
Beira do rio Pernambuco-Bahia
Todo vapor, marinheiro
Pode trazer meu amor, Juazeiro
Bela menina
Pode trazer meu amor, Petrolina e Juazeiro
Pernambuco-Bahia
Todo vapor, marinheiro
Pode trazer meu amor, Juazeiro
Bela menina
Pode trazer meu amor, Petrolina e Juazeiro
De todo lado é bonito...

(Geraldo Azevedo e Moraes Moreira)
Foto Rio São Francisco Petrolina-PE

Para atravessar contigo...



Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
... Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei...

(Sophia de Mello B. Andresen)

Imagem internet:Gregory Colbert

Cada gota de suor...

Cada gota de suor era uma estrela e de suas respirações ofegantes saíam vapores que se erguiam aos céus na forma de nuvens. Logo o ato de amor se consumava...
                                                                       (P.E.G.M)



Imagem internet

Pessoas com dificuldade para dormir são mais propensas a ter Alzheimer


O sono realmente tem papel fundamental na saúde. De acordo com uma pesquisa da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, pessoas com dificuldade para dormir são duas vezes mais propensas a sofrer problemas de memória na velhice, característicos da doença de Alzheimer. Os dados são do jornal Daily Mail.
Os cientistas testaram os padrões de sono de 100 pessoas entre 45 e 80 anos, que não apresentavam demência. Metade do grupo tinha histórico familiar de Alzheimer. Os participantes permaneceram por duas semanas com um dispositivo para medir o sono e responderam questionários sobre sua rotina.
Fonte: Patricia Zwipp /Saude.terra.com.br

Quem será que escreveu esta coisa?

Não sei quem é o autor, mas só sei que essa é uma coisa boa de ler...
Coisa
A palavra "coisa" é um Bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português.
A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?".
Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as "coisas" nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha.
Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha.
Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica O Coisa em 1943. A Coisa é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas.
Em Minas Gerais , todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!".
Devido lugar: "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro."Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas.
Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa).
Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim!
Coisa de cinema! A Coisa virou nome de filme de Hollywood, que tinha o seu Coisa no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem "Coisinha de Jesus".
Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira "coisíssima". Mas a "coisa" tem história na MPB. No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré ("Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar"), e A Banda, de Chico Buarque ("Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor"), que acabou de ser relançada num dos CDs triplos do compositor, que a Som Livre remasterizou. Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro".
Cheio das coisas. As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração, Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a gente não tira do coração. Todas essas coisas são títulos de canções interpretadas por Roberto Carlos, o "rei" das coisas. Como ele, uma geração da MPB era preocupada com as coisas.
Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade (afinal,"são tantas coisinhas miúdas"). Já para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade ("ô coisinha tão bonitinha do pai"). Todas as Coisas e Eu é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer coisa...Já qualquer coisa doida dentro mexe." Essa coisa doida é uma citação da música Qualquer Coisa, de Caetano, que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem."
Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma.
A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: "Agora a coisa vai." Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas!
Coisa à toa. Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema Eu, Etiqueta, Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa".
Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para ser usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras cositas más.
Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda. Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento: "amarás a Deus sobre todas as coisas".
ENTENDEU O ESPÍRITO DA COISA?


Poema Obscuridade - Cartola


Poema Obscuridade de Cartola musicado por Vander Lee

Passei pelo mundo
Sem ser percebido
Ouvindo a tudo
E a nada dando ouvido
Segui pelo caminho
Que tinha a minha frente
Mas não encontrei a estrada
Desejada em minha mente

Nada fiz que aos outros
Tivesse interessado
Tudo que fiz foi por dever ou acovardado
Por nada tive paixão
Mas nada fiz por ódio
Se ausência de sentimentos
Não significa maldade
Simplificando a história,
Vivi na obscuridade.

Imagem:internet


Donos de animais têm coração mais saudável


Segundo pesquisa japonesa, aqueles que convivem com um pet apresentam mais variabilidade do ritmo cardíaco, isto é, seus corações respondem melhor às exigências do corpo

Portadores de doenças crônicas que possuem mascotes parecem ter corações mais saudáveis do que aqueles que vivem sem um animal de estimação - seja de pelos, penas ou escamas, diz um novo estudo japonês.
Para estudiosos, os mascotes são uma forma de apoio social, e por isso reduzem o estresse - Shizuo Kambayashi/AP
Shizuo Kambayashi/AP
Para estudiosos, os mascotes são uma forma de apoio social, e por isso reduzem o estresse

Na pesquisa publicada no American Journal of Cardiology, os cientistas  que estudaram quase 200 pessoas descobriram que aqueles que tinham um pet contavam com mais variabilidade do ritmo cardíaco do que os que não tinham um animal.
Isso significa que seus corações respondem melhor às exigências das mudanças corporais, como bombear sangue mais rapidamente em situações de estresse. Uma variabilidade reduzida está associada ao maior risco de morrer por problemas do coração.

Exposição a poluição aumenta risco de ataque cardíaco, diz estudo


Menos de uma semana de exposição aos principais poluentes do ar é suficiente para aumentar o risco de infarto, de acordo com um estudo publicado na edição desta quarta-feira (15) da revista “JAMA”, da Associação Médica Americana. O trabalho é uma revisão de 34 pesquisas anteriores sobre o tema – o que os cientistas chamam de "metanálise".

O trabalho liderado por Hazrije Mustafic, da Universidade Paris-Descartes, na França, levou em conta os principais poluentes do ar: ozônio, monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e material particulado. Desses, apenas o ozônio não está relacionado ao aumento do risco de infarto.
Fonte: G1

A memória é a lição


Professora de português aposentada faz livro que narra toda a sua trajetória profissional. A obra confunde-se com a história do ensino no Brasil nos últimos 30 anos.

Em determinada passagem do recém-lançado livro Aprendiz de professora: o aluno desarrumado e outras histórias, Ynah de Souza explica aos mais novos para que serve o giz e o que é quadro-negro.
Souza, professora de português aposentada, com quase 20 anos de aulas no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco no currículo, explica:
“É claro que tem um pouco de ironia, de provocar as pessoas que acham que aula agora é só com computador e alta tecnologia. Mas o comentário também serve para tornar o livro mais atemporal, já que alguém pode lê-lo daqui a dez anos, quando é factível que um jovem de fato não saiba mais o que é um giz.” 
“Daqui a dez anos, é factível que um jovem não saiba mais o que é um giz”
Essa preocupação com a memória é, no fundo, o cerne do livro escrito por Souza. São 146 páginas que contam a trajetória de uma professora no Brasil. Claro que é apenas uma trajetória, entre tantas possíveis, num país com um sistema educacional bastante heterogêneo.

Fonte: Thiago Camelo/ Ciência Hoje On Line

A memória é a lição
‘Será que o aluno do futuro saberá a utilidade do giz?’, indaga a professora Ynah de Souza. (foto: John Morgan/ Flickr – CC BY-NC-SA 2.0)

Alzheimer se propaga de uma zona a outra do cérebro como uma infecção


O estudo, divulgado na internet pela revista PloS One, confirma uma nova hipótese de evolução do Alzheimer, segundo a qual esta doença se desenvolve como se fosse uma infecção

O mal de Alzheimer se propagaria de uma região a outra do cérebro através dos circuitos cerebrais, segundo pesquisas feitas em ratos nos Estados Unidos e publicadas na quarta-feira, que podem abrir caminho para tratamentos para os humanos.
O estudo, divulgado na internet pela revista PloS One, confirma uma nova hipótese de evolução do Alzheimer, segundo a qual esta doença se desenvolve como se fosse uma infecção.

Mas neste caso não se trataria de um agente infeccioso, e sim de uma proteína anormal chamada de tau cuja agregação sob a forma de um filamento explode e destrói progressivamente o conjunto das células nervosas ou neurônios.

Esta descoberta sugere que bloquear este processo cedo pode impedir a propagação desta doença devastadora e incurável.
Fonte: AFP


Pesquisadores da USP vencem desafio de identificação de plantas


Com novo sistema computacional capaz de reconhecer espécies de plantas por meio de fotos das folhas, cientistas do Instituto de Física de São Carlos ficaram em primeiro lugar no concurso internacional ImageCLÉF


Agência FAPESP – A fim de estimular os avanços da pesquisa na área de reconhecimento de padrões, a organização francesa ImageCLÉF promove anualmente, desde 2003, um evento que lança desafios à comunidade científica internacional.
Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) ganhou o primeiro lugar do ImageCLÉF 2011 na categoria “Identificação de plantas”, inaugurada em 2010 com apoio da Sociedade Francesa de Botânica.
Os cientistas brasileiros venceram o desafio de desenvolver um sistema computacional capaz de reconhecer espécies de plantas da Europa a partir de um banco de dados de fotos das folhas.
Coordenada pelo professor Odemir Martinez Bruno, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, a pesquisa foi fruto do projeto “Métodos de visão computacional aplicados à identificação e análise de plantas”, apoiado pela FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular. A equipe foi integrada por Dalcimar Casanova e João Florindo, ambos alunos de doutorado sob orientação de Bruno. Casanova tem Bolsa da FAPESP.
Fonte:  Fábio de Castro/Agência FAPESP


Leia texto original na íntegra em:  http://agencia.fapesp.br/15185