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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O jardim secreto de cada um














Há dentro de todos nós essa necessidade de ter em algum lugar nosso jardim secreto, não onde vamos confinar nossos segredos, mas onde podemos ter um encontro real e exclusivo conosco.

Umas pessoas sentem mais essa necessidade que outras, mas estar consigo de vez em quando, interiorizar-se, colocar ordem nos pensamentos ou simplesmente abandonar-se, é vital ao equilíbrio de todos nós.

Em todo relacionamento onde o amor existe, esse espaço deve ser conservado como o limite de cada um. Os relacionamentos fusionais que ultrapassam essas barreiras acabam por destruir-se, pois amar é também respeitar que a outra pessoa tenha seu recanto, seus pensamentos e, por que não, seus próprios amigos, próprias idéias e sonhos.

As pessoas não precisam estar juntas cem por cento do tempo para provarem que se amam. Elas se amam por que se amam e pronto. Dar ao outro um pouco de espaço, um pouco de ar para respirar, é dar-lhe também a oportunidade de sentir falta de estar junto. E isso vale tanto para os amores como para as amizades.

As cobranças intermináveis, resultados de carências afetivas, acabam por sufocar a outra parte e cria na que pede, espera, implora, ansiedades que a tornarão infeliz, pois ela verá como desamor qualquer gesto que não corresponda ao que espera.

Amar é deixar o outro livre para ficar ou para se retirar. É respeitar seu silêncio e seu desejo de solitude. E é deixá-lo livre para ir e voltar quando o coração pedir, que isso seja numa cidade ou dentro de uma casa.

Nada impede que um grande e lindo jardim seja construído juntos e que de mãos dadas se passeie por ele, com o peito cheio de felicidade e a cabeça cheia de sonhos... mas ainda assim, o jardim secreto de cada um deve ser mantido como lugar único e que vai, no fim das contas, enriquecer as relações.
Letícia Thompson


Terapia com calor pode reduzir chance de mastectomia

Um novo tratamento testado em pacientes com câncer de mama conseguiu reduzir em quase 90% a necessidade de mastectomia (retirada do seio). Os testes foram feitos na Universidade de Oklahoma, em conjunto com pesquisadores do MIT (Massachussets Institute of Technology), do Instituto de Pesquisas Biomédicas de Los Angeles, do Centro de Mastologia da Flórida e do Hospital St. Joseph, da Califórnia.

O tratamento é baseado na aplicação de micro-ondas para alterar a temperatura das células cancerosas (termoterapia), provocando sua morte. Essa tecnologia já é usada em alguns tipos de câncer, mas a aplicação para câncer de mama ainda é experimental. "Entre outras coisas, porque o sucesso do tratamento convencional, com cirurgia, já está bem estabelecido e os resultados a longo prazo da nova tecnologia, ainda não. Mas os primeiros resultados, que mostram a possibilidade de evitar a mutilação, são muito promissores", diz Auro del Giglio, coordenador de oncologia do hospital Albert Einstein.

No Brasil, uma pesquisa sobre o uso da termoterapia para câncer de mama foi realizada no Hospital das Clínicas de São Paulo. O princípio do tratamento foi o mesmo (alteração térmica localizada no tumor), mas o equipamento usado foi um aparelho de radiofrequência. Segundo Marcos Desidério Ricci, mastologista do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), que coordenou a pesquisa, participaram pacientes selecionadas, que corriam maior risco cirúrgico, e com tumores pequenos. "O tratamento possibilitou uma cirurgia menos agressiva e diminuiu o seu risco. Constatamos que em 70% das pacientes não havia células cancerosas vivas após a termoterapia", diz Ricci.


Editoria de Arte/Folha Imagem

Um artigo com os resultados do trabalho brasileiro foi aprovado para publicação no periódico "Radiology". Porém, a pesquisa está suspensa por falta de verba, segundo Ricci.

No estudo norte-americano, a termoterapia por micro-ondas foi associada à quimioterapia em pacientes com tumores grandes (a partir de 5 cm de diâmetro), que normalmente exigem a retirada total da mama. Após o tratamento, a porcentagem de pacientes que tiveram de passar por mastectomia caiu de 75% para 7%.

José Roberto Filassi, chefe do setor de mastologia do Icesp, diz que o uso de termoterapia, além de reduzir o tamanho do tumor, teoricamente também reduz o risco de metástases, por causar morte celular. Como as ondas de calor são direcionadas para o tumor, o tecido sadio é preservado. "As moléculas de água aquecem mais rapidamente do que as outras e as células cancerosas contêm mais água que as normais. Assim, a região do tumor atinge altas temperaturas mais rapidamente do que o tecido normal ao redor", diz Filassi.

Em outros tipos de câncer nos quais o uso da termoterapia já está bem estabelecido, como o de rim, o tratamento evita a cirurgia, segundo o oncologista Fernando Cutait Maluf, do Hospital Sírio-Libanês. "No caso do câncer de mama, estamos na fase experimental. Os resultados [das pesquisas] são interessantes, mas ainda não há dados para compararmos se a termoterapia oferece maior chance de cura do que o tratamento convencional", diz Maluf.

Fonte:Folha on line