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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Fibromialgia: abordagem holística, artigo de Frederico Lobo


[Liga da Saúde] Semanalmente atendo pacientes com diagnóstico de Fibromialgia. Alguns o diagnóstico foi dado por reumatologista, outros alegam que apenas que um clínico postulou o diagnóstico. Alguns concordam com o diagnóstico, outros já dizem: “Doutor, parece que o que a medicina não sabe o que é, chamam de fibromialgia, na época da minha mãe não existia essa doença…”.
Como filho de um reumatologista, cresci ouvindo essa palavra: Fibromialgia. Sempre pensei que fosse um “bicho de 7 cabeças” já que via meu pai relatando os fracassos em decorrência das poucas opções terapêuticas na reumatologia.
Mas afinal, o que é a Fibromialgia? Seria uma nova doença ou algo antigo mas que antes não era diagnosticado? Seria uma doença ambiental ? Existe tratamento ? Todos os pacientes com fibromialgia são iguais? Todos experimentam a fibromialgia da mesma maneira ? O tratamento é padronizado?
Conceito
A fibromialgia, chamada também de “doença em que tudo irrita”, fibrosite, fibromiosite, síndrome da dor miofascial carateriza-se principalmente por dores do tipo migratória (que “andam”) que não comprometem as articulações e sim as fibras musculares. Podendo estar associada ou não a outros sintomas.
Epidemiologia
É uma patologia músculo-esquelética de tecidos moles, que predomina no sexo feminino (assim como as outras denominadas Mitocrondriopatias), na razão de 5 mulheres para cada homem. A característica básica das mitocrondriopatias é determinada pelo predomínio de DNA mitocondrial, de propriedade exclusivamente feminina, uma vez que o DNA mitocondrial é embutido no colo do espermatozóide e este é desprezado no momento da fecundação.
Acredita-se que 1 a 12% da população seja atingida, havendo uma íntima relação com a síndrome de fadiga crônica. Não há inclinação aparentemente étnica.
Apesar de mulheres de meia idade (30 aos 50) serem mais afetadas, a fibromialgia pode ser vista segundo os especialistas em homens, crianças e idosos.
Encontra-se uma história familiar em 30% dos casos, o que sugere um componente genético.
Não é uma doença nova, mas o interesse sobre a doença tem aumentado e sua incidência também (agrotóxicos, poluição eletromagnética, estresse excessivo, intoxicação por contaminantes ambientais, piora do padrão alimentar).
Só foi aceita como patologia pela Organização mundial de saúde (OMS) em 1992 e na atualidade consiste em um dos diagnósticos mais comuns feito pelos reumatologistas.
Características clínicas
O início dos sintomas pode ser abrupto ou gradual, começando na infância em 28% dos pacientes. Vários fatores podem anteceder o início dos sintomas e geralmente muitas pacientes correlacionam com fatores emocionais (alterações profundas na vida, do tipo: pós separação ou morte de um filho, situação que geram um grande estresse emocional). Entre outros fatores temos:
  • Traumatismo ou ferimento
  • Lesão por esforço repetitivo
  • Estresse físico
  • Exposição a substâncias tóxicas
  • Doenças infecciosas
  • Cirurgias
  • Desenvolvimento de uma outra desordem tal como Lúpus ou Artrite reumatóide

O que tenho percebido na anamnese é que cada paciente abre o quadro com uma sintomatologia. Na maioria das vezes começa com um ponto de dor focal que vai se generalizando, junto a um evento desencadeador, que leva ao desenvolvimento da Fibromialgia, sendo que esse evento pode ser considerado como causador ou catalizador (acelerador) da doença.
A dor varia de intensidade de acordo com o paciente e geralmente é descrita como uma ardência, queimação, picada, latejamento, pontada muscular profunda, pior de manhã, podendo ou não ser associada uma rigidez (o que faz muitos médicos confundirem com artrite reumatóide). Mas essa rigidez não tem comprometimento inflamatório das articulações.
Os pontos principais de dor estão descritos na imagem a seguir. Como o diagnóstico é clínico, a paciente deve apresentar dor difusa ou localizada em 11 dos 18 pontos.
Fibromialgia: abordagem holística, artigo de Frederico Lobo
Associado às dores a paciente pode apresentar:
  1. Alterações emocionais: ansiedade, humor deprimido, labilidade emocional, Irritabilidade, Preocupação constante, Perfeccionismo e exigência excessiva, Incapacidade de dizer não, Sensação de se sentir leal, fiel, Culpa excessiva, Baixa auto-estima, Tendência a isolamento e desinteresse pelo sexo,
  2. Alterações cognitivas: Dificuldade de concentração, entorpecimento mental, falhas na memória,
  3. Alterações do sono: insônia, sono não-reparador e/ou outra alteração do sono,
  4. Fadiga crônica
  5. Sinais e sintomas físicos: Rigidez nas articulações ao acordar mas sem alteração (sinais inflamatórios como dor, vermelhidão, calor ou inchaço das mesmas); Espasmos musculares; Palpitações; Dormências em regiões de face, língua e outras partes,
  6. Alterações no trato digestivo: diarréia, constipação, Síndrome do intestino irritável
  7. Tensão pré-menstrual
  8. Frio ou calor cedo
  9. Tonteira
  10. Dor de cabeça (cafeléia)
Como relatei acima, cada paciente é única e portanto a abordagem deve ser individualizada. É interessante que existem aquelas pacientes com o quadro clássico de fibromialgia, mas algumas negam sintomas ligados ao sono, outras negam as alterações emocionais e muitas vezes correlacionam uma possível ansiedade ou depressão como conseqüência do quadro de dor. Um fato interessante é a associação Hipotireoidismo com Fibromialgia.
Por que dói ?
Não existe fibromialgia sem dor, como o próprio nome diz. A doença atinge principalmente os músculos, porém não existem características inflamatórias e nem processos degenerativos nas biópsias de tecido muscular afetado.
Médicos termografias, além que na Termografia (uma nova modalidade de exame) pode ser visualizada uma alteração na temperatura local (hipertermia generalizada em todo o tronco), principalmente nos pontos afetados.
Fibromialgia: abordagem holística, artigo de Frederico Lobo - Termografia
O fator mais importante, definido até o momento (e o tratamento comprova isso) está vinculado à diminuição na produção de energia (ATP – trifosfato de adenosina) da musculatura afetada, em decorrência de mudanças químicas, morfológicas e neurofisiológicas.
A hipóxia (baixa oferta de oxigênio ao tecido) é uma das explicações mais plausíveis para a dor. Decorre de uma diminuição da produção de ATP e sem dúvida alguma, os fatores que comprometem a atividade mitocondrial são de extrema importância, já que essa organela celular está intimamente relacionada à produção de ATP.
Alguns autores postulam que a elevação de alguns hormônios ou decréscimo de algumas substâncias aumentam a sensibilidade a dor, como por exemplo:
  • Aumento de um hormônio chamado Somatomedina C, no líquido cefalorraquidiano: interrompe o sono e aumenta a sensibilidade à dor.
  • Aumento do Fator de Crescimento neural, que age sinalizando a produção de uma substância denominada Substância P, além de outras proteínas, promovendo a dor.
  • Hiperativação de receptores cerebrais chamados de N-metil-D-aspartato, que supostamente são amplificadores da dor.
  • Queda do hormônio do Crescimento (GH), este é liberado principalmente durante o estágio 4 do sono, como a paciente tende a ter alterações no sono, tal hormônio não é liberado de forma eficaz e com isso aumenta-se a sensibilidade à dor.
  • Deficiência de triptofano, um aminoácido que dará origem a um neurotransmissor (Serotonina) quem tem relação com humor, sono profundo (pois formará melatonina), bem-estar e percepção da dor.
  • Aumento de um neurotransmissor ligado ao humor e à dor (norepinefrina).
  • Outras alterações endócrinas encontradas: Hipotireoidismo; Níveis anormais de estrógenos e progesterona, Baixos níveis de cortisol, DHEA, Oxitocina.
Mas o que poderia estar alterando a mitocôndria ?
Inúmeras são as causas que levam às mitocondriopatias, dentre elas:
  1. Intoxicação por Alumínio, sendo a principal fonte: utensílios de cozinha (panelas, talheres) e desodorantes com Cloridrato de Alumínio. Sabe-se que o Alumínio diminui as concentrações de Magnésio, um mineral importante na produção de ATP. O Alumínio age inibindo uma via metabólica chamada Glicólise que é essencial para a formação da matéria prima para o ATP, além de inibir a Fosforilação oxidativa (o que acarreta a diminuição do ATP na mitocôndria). Portanto é mandatório que toda paciente com diagnóstico de fibromialgia seja investigada através de mineralograma, a fim de se encontrar possível elevação dos níveis de alumínio.
  2. Deficiência de Manganês, que é um oligoelemento que forma uma enzima mitocondrial com importante ação antioxidante: SOD – superóxido dismutase mitocondrial. Mais uma vez, torna-se mandatória a solicitação de um mineralograma, visto que os níveis sanguíneos de Manganês não refletem a realidade nos tecidos.
  3. Deficiência de Magnésio, um mineral essencial para a produção de Energia.
  4. Deficiência de Tiamina (Vitamina B1) e Riboflavina (Vitamina B2), pois tais vitaminas interferem na cadeia respiratória de produção de energia, o que pode gerar sintomas vagos que apresentam os quadros clássicos de fibromialgia.
  5. Deficiência de Coenzima Q10, NADH, L-carnitina, Ácido alfa-lipóico e Vitamina K já que todas essas substâncias são essenciais para a cadeia respiratória mitocondrial.
Tratamento
Alguns autores afirmam que as mitocondriopatias são incuráveis (até o momento) e a ortomolecular concorda com tal afirmação. Geralmente temos bons resultados por agirmos na causa, portanto basicamente:
  • Controle da dor com Metilsulfonilmetano e modulação de neurotransmissores ligados à dor: Fenilalanina, Norepinefrina, Serotonina,
  • “Ressucitamos” as mitocôndrias desses pacientes com uso de coenzimas mitocondriais: Ubiquinol, L-Carnitina (principalmente Intramuscular), Ácido alfa-lipóico, Niacina, Riboflavina, Vitamina D
  • Melhoramos o humor com a modulação dos neurotransmissores, em especial serotonina e norepinefrina,
  • Restauramos o sono através do uso de substâncias que facilitarão a formação de melatonina, além da própria melatonina,
  • Treinamento físico: condicionamento muscular com massagens e prática de exercícios aeróbicos,
  • Acupuntura sistêmica e/ou auriculoterapia,
  • Suporte nutricional: Alimentação 100% orgânica se possível, já que agrotóxicos são altamente deletérios pra função mitocondrial, Retirada de alérgenos alimentares, Dieta antiinflamatória e pró-serotonina, Suplementação de Ácido málico, Magnésio, Triptofano, Ácido fólico.
  • Repouso,
  • Técnicas de relaxamento: meditação transcendental
  • Mudança em alguns hábitos de vida: boa ingestão de água, boa ingestão de fibras, controle do estresse, correção de posturas e mecânica corporais.
  •  Fonte: Ecodebate http://www.ecodebate.com.br/2011/09/05/fibromialgia-abordagem-holistica-artigo-de-frederico-lobo/
  • Artigo originalmente publicad pelo Autor no blogue Liga da Saúde (A Liga é formada por seis profissionais da área da saúde entre eles Médicos e Nutricionistas)

Anatel e Ministério das Comunicações são notificados sobre divulgação de radiação de antenas de celulares


Com o avanço da telefonia no país, difícil é encontrar uma cidade que não tenha antenas de telefone celular localizada em bairros altos ou prédios centrais. A fim de auxiliar na fiscalização e conhecimento do assunto, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou ao órgão responsável, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e ao Ministério das Comunicações (MC) uma melhor divulgação em relação a radiação que as antenas e celulares emitem – chamada radiação não-ionizante (RNI). Os dados da auditoria e as recomendações foram divulgados pelo Tribunal no início deste ano e foram pedidos pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados.
Segundo o relator do texto, Raimundo Carreiro, órgãos oficiais deveriam melhorar a informação sobre radiação não ionizante tanto junto à sociedade quanto para quem presta serviço relacionado com telecomunicações e radiodifusão. Para o relator, é preciso buscar a “comunicação amigável”, como distribuir cartilhas, palestras, informação nos sites dos órgãos na Internet.
O físico da Universidade Federal de São Carlos/campus Sorocaba, Térsio Guilherme de Souza Cruz, concorda com a necessidade de informar. “O próprio nome radiação não soa muito bem junto à população, principalmente devido aos efeitos da radiação não ionizante. Mas creio que a ideia comum é a desconfiança, daí que ninguém quer uma antena perto de casa. Mas creio se tratar de um comportamento esperado já que, na verdade, não existe consenso nem na comunidade científica sobre o risco de câncer”, diz.
As radiações são ondas eletromagnéticas que diferem entre si pela energia que carregam. São dividas em duas categorias: ionizantes e não ionizantes. Na primeira, de alta frequência, a energia pode modificar ou danificar as células humanas. O exemplo mais conhecido são as nucleares.
Já a radiação não ionizante é emitida pelos aparelhos eletroeletrônicos, como TVs, liquidificadores e celulares. A RNI contém energia fraca e não causaria danos. Mesmo assim, os malefícios desse segundo tipo de radiação ainda não tem consenso entre cientistas. Por isso, o professor apoia a iniciativa do TCU. “A população precisa receber mais informações. Do ponto de vista da divulgação científica, o assunto resgata um aspecto muito interessante com respeito ao próprio método científico: a população, bem informada, deve saber que a ciência tem dúvidas sobre o assunto”, comenta.
No meio acadêmico, radiação não ionizante causa polêmica, já que é difícil realizar estudos sobre o assunto, como isolar as causas e analisar as consequências da exposição humana aos campos eletromagnéticos. “Contudo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) já anunciou que a radiação emitida por celulares pode causar câncer”, ressalva Cruz.
Após a notificação, a Anatel incluiu em seu site perguntas e respostas mais frequentes em relação à radiação não ionizante, como efeitos, riscos de câncer e sobre morar próximo das antenas. Também está funcionando no site da agência um sistema de monitoramento de campos eletromagnéticos em tempo real, estabelecido pela Lei 11.934 de 2009.
Já o Ministério das Comunicações informou ao TCU que a divulgação compete à Anatel. O site do MC prossegue sem nenhum tipo de informação.
A pesquisadora do Núcleo de Pesquisa e Estudos Ambientais da Unicamp, Gabriela Di Giulio, desenvolve trabalhos relacionados com comunicação de risco. Ela concorda com as recomendações sobre cartilhas, palestras e informação nos sites. No entanto, afirma não ser o bastante. “As estratégias de comunicação deveriam passar por ações de diálogo e de envolvimento da sociedade nesse debate. O diálogo com a sociedade, quando iniciado na fase ‘pré-avaliação’ de risco, permitiria por exemplo que a sociedade manifestasse suas preocupações quanto à instalação de antenas celulares, quanto aos estudos que estão em andamento ou que deveriam ser feitos, compartilhasse as decisões que vêm sendo tomadas e colocasse, inclusive, suas demandas com relação às estratégias de comunicação – estratégias diretas e indiretas, através da mídia”.
Para Gabriela Di Giulio, o problema da divulgação científica em locais com riscos acontece, em geral, tardiamente e deixa a população interessada à margem do processo. “Quando as estratégias de comunicação são pensadas e adotadas é, na maioria dos casos, para informar sobre uma condição, uma ação ou uma decisão que já foi tomada”, explicou.
Reportagem de Romulo Orlandini, da ComCiência – Revista Eletrônica de Divulgação Científica (LABJOR/SBPC) publicada pelo EcoDebate, 25/01/2012

Catalogando a biodiversidade

Boa dica a professores e alunos interessados em biologia e meio ambiente é navegar pelas páginas virtuais do EOL e ARKive. Educativas e divertidas, elas reúnem um dos maiores acervos ‘on-line’ sobre a vida em nosso planeta.

Catalogando a biodiversidade
Besouro ‘Gibbifer californicus’, comum na América do Norte, alimenta-se de seu prato favorito: o cogumelo ‘Pleurotus ostreatus’. (foto: Katja Schulz/ EOL)
Quantas formas de vida habitam a Terra? “Esta é uma das perguntas fundamentais da ciência contemporânea. Mas a resposta ainda é um enigma”, diz o biólogo colombiano Camilo Mora, da Universidade de Dalhousie, Canadá, em recente artigo publicado na revista PLoS Biology.
As últimas estimativas indicam que nosso planeta abriga mais de 8 milhões de espécies – sendo que só cerca de 2 milhões já foram catalogadas pela ciência. Seria possível sistematizar todo esse acervo em um mecanismo de buscas unificado, um tipo de Google taxonômico?
Cactácea 'Opuntia engelmannii'
Cactácea 'Opuntia engelmannii'. (foto: Katja Schulz/ EOL)
Ainda não. Mas a Encyclopedia of Life (EOL) já deu os primeiros passos nessa direção. Com o objetivo de reunir informações sobre o maior número possível de espécies em um único endereço, a plataforma on-line serve de ponte entre o usuário e dezenas de bancos de dados selecionados a dedo por especialistas da área.
Após um breve cadastro, o usuário está prestes a se embrenhar na selva virtual dos reinos da natureza – com direito a mais de 900 mil páginas repletas de informações variadas sobre a vida que nos rodeia.





Fonte :Henrique Kugler/ Ciência Hoje