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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

SONETO A UM PAR DE PÉS

SONETO A UM PAR DE PÉS

Com um olhar furtoso
E cheio de malícias,
Sob a sua mesa vejo curioso
A minha frente um par de delícias.

Tento me conter,
Mas uma força mais forte,
Vem me convencer
A cumprir a minha sorte.

E te endeusando
Vou te contemplando,
Por ter certeza que só tu és.

A verdadeira professora,
A dona, a diva, a possuidora,
De tão divino par de pés. 

( Elmar Herculano )

Inconstância

Inconstância

Procurei o amor, que me mentiu. 
Pedi à vida mais do que ela dava; 
Eterna sonhadora edificava 
Meu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer…
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando…

E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também… nem eu sei quando…

(Florbela Espanca)



Foto:Fina- Gaibu-PE

Ciclo

Ciclo (Jorge Vercillo)

Eu não sei o que me domina
E mesmo assim não penso em me livrar
Num fascínio de alma gêmea
Você em mim constrói o seu lugar

O amor se fez me levando além onde ninguém mais
Criou raiz, ancorou de vez, fez de mim seu cais
Lendo a rota das estrelas

Nesse abraço se fez um ciclo
Que não tem fim e é todo o meu viver
É como alcançar o infinito
Reflete em mim e volta pra você

O amor se fez me levando além onde ninguém mais
Criou raiz, ancorou de vez, fez de mim seu cais
Lendo a rota das estrelas

O amor surgiu como um em mil, por você eu vim
E assim será a me conduzir, sem mandar em mim
Como o vento e o barco a vela, que nos leva sem fim

Imagem :arquivo Paulo Emilio Moreira

Coqueiros


Coqueiros (Geraldo Azevedo )

Por entre as palmas desse lugar 
Por coqueiros de beira mar 
Beira os olhos do meu amor 
Buscando os meus 
Vento a soprar
Quero as águas verdes
E quero enfim
Ser maior do que esse mar
Que avança sobre mim
Sobre a areia quero amar
Mas vou te dizer amor, mulher
Na paisagem do teu corpo
Vou deixar meu sorriso

Entre cirandas e cirandar
A cidade Recife, o sal
Do mar que derramei, chorei
Quando deixei tudo por lá
Entre pedras, ruas, só meu amor
Entre a gente que falava de mim
Que parti
É hoje aqui quis me lembrar
Vendo as praias tão sem cor, enfim
Sem as palmas dos coqueiros meu amor
Eu me lembro



Foto:Fina- Amanhecer em Gaibu-PE

Congresso Brasileiro de Zoologia


05 A 09/03/2012

Local: Centro de Convenções da Bahia, na cidade do Salvador da Bahia

Celebração de bodas da razão com o coração



Para que a gente escreve, se não é para juntar nossos pedacinhos? Desde
que entramos na escola ou na igreja, a educação nos esquarteja: nos ensina a
divorciar a alma do corpo e a razão do coração.
Sábios doutores de Ética e Moral serão os pescadores das costas colombianas, que inventaram a palavra sentipensador para definir a linguagem que diz a verdade.
Um sistema de desvínculos: para que os calados não se façam perguntões, para que os opinados não se transformem em opinadores. Para que não se juntem os solitários, nem a alma junte seus pedaços.
O sistema divorcia a emoção do pensamento como divorcia o sexo do amor, a vida íntima da vida pública, o passado do presente. Se o passado não tem nada para dizer ao presente, a história pode permanecer adormecida, sem incomodar, nos guarda-roupas onde o sistema guarda seus velhos disfarces.
O sistema esvazia nossa memória, ou enche a nossa memória de lixo, e assim nos ensina a repetir a história em vez de fazê-la. As tragédias se repetem como farsas, anunciava a célebre profecia. Mas entre nós, é pior: as tragédias se repetem como tragédias.


( Eduardo Galeano )
Imagem:Internet
Como um bravo guerreiro, seus pensamentos se voltavam para os combates travados, nos inimigos derrotados e nas lutas que ainda viriam.
                                                               ( P.E.G.M)

A Ventania


A ventania

Assovia o vento dentro de mim. Estou despido. Dono de nada, dono de ninguém, nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha cara contra o vento, a contra-vento, e sou o vento que bate em minha cara.

( Eduardo Galeano)

Imagem:Internet

Um começo diferente


Contrariando teorias clássicas, estudo sugere que a vida não teria surgido no oceano, e sim em lagos rasos e barrosos formados por vapor condensado, no interior de bacias hidrotermais terrestres. Proposta pode modificar o entendimento sobre os sistemas celulares modernos.


Um começo diferente
Campo geotermal de Mutnovsky, em Kamchatka (Rússia). Ambientes isolados e estáveis formados por gases ricos em matéria orgânica e íons inorgânicos podem ter sido incubadoras naturais para os primeiros passos da evolução. (foto: Anna S. Karyagina)
A vida moldada a partir do barro. Não se trata exatamente do homem à espera do sopro divino, mas da origem de nossas mais longínquas ancestrais, as primeiras células do planeta, que podem ter surgido no interior de berçários naturais, quentes, úmidos e ricos em compostos químicos, formados pelos vapores exalados do interior da Terra e condensados em pequenos lagos barrosos. Esta é a teoria apresentada por um artigo na edição atual da revista Pnas, que contraria a versão mais aceita de que a vida teria surgido nos mares primitivos.
Fonte: Marcelo Garcia /Ciência Hoje On Line