Arte gráfica: Zeca de Souza/TVE-Ba
A história de Alex é longa, só não tão longa quanto a sua ingenuidade. Nunca aprendeu nada com seus diversos tombos, virou piada em comercial do governo, que dizia que ele não desiste nunca, quando na verdade o problema não é de desistência e sim de aprendizado. Se nosso “insistente” inventa algo não, se beneficia com a sua criação. Se ele faz uma música, alguém registra e a toca nas rádios. Alex, coitado, escuta a faixa com a sensação de “deja vu” e ainda compra o CD, pirata é claro, já que não tem condição de comprar um original. Para não me acusarem de estar sendo exagerado, vou contar um caso que aconteceu e que envolve festejos tradicionais.
Lavagem do Bonfim: todos se divertiam, Alex na rua, celebrando em alguns momentos a sua fé. Os outros interessados apenas em diversão. Toda aquela movimentação chamou atenção. A festa cresceu, muitas pessoas de outros lugares começaram a chegar. Isso só poderia significar uma coisa: cifras. Nasceu o Bonfim Light, com o único propósito de ganhar dinheiro. A festa não acabou, mas não é nem sombra do que já foi um dia.
O carnaval se foi, mas sobrou mais um festejo no calendário, o São João. Fogueira, quadrilha junina, comer na casa do vizinho e o bom forró pé-de-serra comendo no centro, até a lua descansar e o sol raiá:
“Olha pro céu, meu amor
Vê como ele está lindo
Olha pra’quele balão multicor
Como no céu vai sumindo…”
Mas todo aquele costume não rendia dinheiro algum. Aquecia as vendas dos fogos de artifício e também de alimentos como milho e amendoim. Alex seguiu inconformado com a utilização da cultura apenas para se divertir. O som agradável deu lugar a vulgarização e a pobreza musical mais conhecida por Forró Universitário. Palcos enormes tomaram conta das praças, isso sem mencionar das festas de camisas em fazenda, que todos fingem não saber o que ocorre nelas. E nosso pobre guerreiro vê atônito sua diversão explodir com os fogos de artifício, já que nem a fogueira restou.
Depois desse triste relato só resta comer uma boa feijoada… Restava, o feijão já agrada o refinado paladar deles. Já custa R$ 7 o quilo… Êh, faz uma sopa!
Gostei!!!
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