Médicos americanos testaram num pequeno grupo de pacientes com leucemia um transplante de cordão umbilical que, segundo eles, não trouxe risco de rejeição e foi suficiente para deter a evolução da doença. Se novos testes confirmarem os resultados obtidos agora, o método acabará com a necessidade de encontrar um doador compatível, atualmente a maior dificuldade para realizar um transplante de medula óssea.
Pessoas com leucemia e outras doenças do sangue muitas vezes têm como única esperança um transplante de medula óssea. É na medula que estão células-tronco capazes de produzir novas células do sangue saudáveis. Nesse tipo de procedimento, a medula óssea do paciente é destruída e ele recebe uma nova medula doada. O maior problema é encontrar um doador compatível para que a medula óssea transplantada não seja rejeitada pelo sistema imunológico do paciente.
Uma opção para a medula óssea doada é o uso de células-tronco extraídas de cordão $. As células de cordão não têm as características que levam à rejeição pelo sistema imunológico. E, por isso, seriam ideais. No entanto, o maior obstáculo nesse caso é que o número de células-tronco presentes no cordão é muito pequeno. E seria arriscado usar cordões diferentes.
O método usado por pesquisadores do Centro Fred Hutchinson de Pesquisa do Câncer, em Seattle, nos EUA, promete contornar esse obstáculo. Ele multiplica o número de células-tronco progenitoras de células do sangue presentes num cordão umbilical num número que torna possível o tratamento.
Num estudo publicado na edição desta semana da revista “Nature Medicine”, os cientistas disseram ter testado o transplante de células de cordão em dez pacientes com leucemia avançada, de 3 a 43 anos de idade. Sete dos dez pacientes ainda estão vivos e apresentam melhora.
Segundo os pesquisadores, as células de cordão “expandidas” em laboratório foram aceitas pelo organismo mais depressa do que no transplante de medula convencional.
Da Agência O Globo
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