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domingo, 29 de maio de 2016

Vidas (ainda mais) secas

Na cidade de Urandi, mudanças climáticas poderão reduzir chuvas em até 438mm por ano, levando a risco de desertificação (foto: Marcelo Pascoal Morais Bacci/Wikimedia)
Uma das áreas mais afetadas pelas mudanças climáticas previstas para as próximas décadas no Brasil, o trecho de municípios baianos localizados na bacia do Rio São Francisco tem grandes chances de sofrer danos em 2040. Um relatório desenvolvido por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), indica que, entre 84 cidades analisadas – todas localizadas no bioma da caatinga – quase metade tem alto grau de vulnerabilidade diante de um cenário com menos chuvas e temperaturas ainda mais altas na região.
O estudo foi desenvolvido entre os anos de 2013 e 2015 por 12 pesquisadores, entre membros fixos e colaboradores. Formada por especialistas de áreas diversas, como saúde pública, geografia, ciências sociais, biólogo, análise de sistemas, economia entre outros, a equipe desenvolveu indicadores de vulnerabilidade de acordo com as características da região. Foram considerados elementos como a sensibilidade das populações locais a determinadas doenças, exposição a fatores ambientais (como a seca) e aspectos socioeconômicos, que indicam a capacidade de reação e adaptação a fatores de perigo. “Nosso objetivo é fazer um alerta. Se não houver nenhuma ação que possibilite à população ter uma visão mais ampla do problema e se adaptar às situações críticas trazidas pelo clima, essas pessoas vão sofrer ainda mais”, acredita a assistente social Diana Marinho, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP-Fiocruz) e coordenadora-executiva do projeto.

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